Ainda segundo Guedes, a alta da Bolsa de Valores indica que o mercado não levou a série uma hipótese de nova recessão no Brasil, embora os resultados tenham sido mínimos nas últimas 24 horas. Para o analista econômico e professor de Economia da Unifesp André Roncaglia, no entanto, “Paulo Guedes é, literalmente, um desastre”.
Ainda segundo Guedes, a alta da Bolsa de Valores indica que o mercado não levou a série uma hipótese de nova recessão no Brasil, embora os resultados tenham sido mínimos nas últimas 24 horas. Para o analista econômico e professor de Economia da Unifesp André Roncaglia, no entanto, “Paulo Guedes é, literalmente, um desastre”.
Por Redação - de Brasília e São Paulo
Ministro da Economia, o empresário Paulo Guedes admitiu, nesta sexta-feira, que o crescimento econômico do Brasil será menor em 2022 e a inflação tende a se agravar, ao longo do próximo ano. Mesmo diante do agravamento na crise econômica, com risco de o Brasil cair na ‘estagflação’, quando o crescimento é negativo e os preços não param de subir, Guedes disse, nesta manhã, que o país vai registrar desempenho positivo do Produto Interno Bruto (PIB) e que com a desindexação, desvinculação e desobrigação do Orçamento, a política do país pode ficar “virtuosa”.
Guedes não explicou porque a economia brasileira entrou em recessão técnica e tende a cair ainda mais, no próximo ano
— O que vai ser amanhã depende do que estamos fazendo hoje. O Brasil está condenado a crescer, apesar de todo o pessimismo, de todo o barulho político. Vai crescer um pouco menos porque vamos estar combatendo a inflação, mas vamos crescer — afirmou, durante encontro na Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (AEAA).
Ainda segundo Guedes, a alta da Bolsa de Valores indica que o mercado não levou a série uma hipótese de nova recessão no Brasil, embora os resultados tenham sido mínimos nas últimas 24 horas.
— Entramos em recessão técnica, PIB caiu 0,1% no trimestre. A Bolsa subiu 3%. Se alguém tivesse levado a sério que o PIB vai cair, a Bolsa não estava caindo — acrescentou.
Nervosismo
Ao comemorar a aprovação da PEC dos precatórios em dois turnos no Senado, o ministro ressaltou que Emenda Constitucional significa o controle dos gastos públicos.
— Ao contrário, de novo, da narrativa falsa de que queremos furar o teto, descontrole fiscal, queremos também os precatórios embaixo do teto — retrucou, visivelmente nervoso.
A reação de Guedes, para o professor de Economia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pesquisador associado do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) André Roncaglia, no entanto, não explica a recessão técnica, com dois trimestres em queda do indicador.
Desastre
Rongaglia criticou o ministro, uma vez que o país é um dos poucos com retração no trimestre. Entre 51 nações observadas, o Brasil está entre os sete que tiveram contração de julho a setembro.
— Todos os dados estão indicando que o Brasil tem uma recuperação em V, mas um V de ponta-cabeça (ou seja), nós subimos e já estamos caindo de novo. Os dados do varejo, da indústria, do comércio, tudo isso está indicando que a economia está andando de lado. E esse é um problema que tem a ver com a visão de governo, com a falta de projeto que existe ali.
Para o analista econômico, “Paulo Guedes é, literalmente, um desastre”.
Negacionismo
— Ele não consegue nem ao menos oferecer uma leitura adequada do cenário, como o capitão que está comandando esse grande transatlântico deveria dizer — pontuou Roncaglia, a jornalistas da agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA), nesta sexta-feira.
O professor assinalou, ainda, a tendência de queda a longo prazo. Uma vez que os setores que puxaram a economia agora são os mesmos que podem ser prejudicados com a extensão da pandemia de covid-19. O que é muito preocupante para o país em meio ao “negacionismo econômico” do governo de Jair Bolsonaro.
Na variação trimestral, a indústria ficou estável (mas com queda no setor de transformação), os serviços subiram 1,1% e a agropecuária caiu 8%. Assim, a queda nesse setor também chamou atenção do especialista.