Quarta, 16 de Fevereiro de 2022 às 10:15, por: CdB
O documento se baseia em dois grandes inquéritos recentes feitos por ordem das próprias conferências episcopais da França e da Alemanha. Em ambos os casos, foram designados responsáveis independentes para recolher documentos e depoimentos das vítimas e de pessoas próximas ao dia a dia do clero.
Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano
Um grupo de entidades e organizações católicas lançou um manifesto em que pede que sejam investigados os crimes de abusos sexuais da Igreja na Itália nos moldes de investigações realizadas em outros países europeus, como Alemanha e França.
Chamado de Coordenação das Associações contra os Abusos na Igreja Católica na Itália, o grupo lançou a hashtag #ItalyChurchToo, em uma referência ao movimento #MeToo.
"Pedimos que a Conferência Episcopal Italiana confie, o quanto antes, uma investigação com profissionais independentes, com métodos de qualidade e de quantidade que abram os arquivos de todas as dioceses e de todos os monastérios. Uma investigação que se concentre exclusivamente sobre os abusos e que enfrente o nó crítico da falta da falta de imparcialidade nos centros de escuta institucionais em nível diocesano", diz o documento.
Os grupos ainda pedem que as "vítimas sejam indenizadas" e que seja "uma operação sem sombras e sem descontos".
"Vítimas sejam indenizadas"
Assinaram o comunicado o Osservatorio Interreligioso sulle Violenze contro le Donne, Donne per la Chiesa, Voices Of Faith, Rete L'Abuso, Adista, Comité de la Jupe, Comitato Vittime e Famiglie e Noi siamo Chiesa.
Ainda conforme o grupo, o manifesto foi publicado por conta dos relatos das vítimas e para que "nenhuma pessoa passe jamais por isso".
O documento se baseia em dois grandes inquéritos recentes feitos por ordem das próprias conferências episcopais da França e da Alemanha. Em ambos os casos, foram designados responsáveis independentes para recolher documentos e depoimentos das vítimas e de pessoas próximas ao dia a dia do clero.
As investigações acusaram não apenas religiosos de abusos sexuais - contra menores de idade e contra adultos -, mas também funcionários laicos que atuam nas dioceses.
A CEI, por sua vez, não dá indicativos que vai tomar a mesma medida. Em outubro do ano passado, após uma petição online para que uma investigação fosse aberta também na Itália, o presidente do órgão, cardeal Gualtiero Bassetti afirmou que essa "não era a estrada" a ser seguida no país porque "é perigoso enfrentar a praga da pedofilia com base em estatísticas".
Além disso, ressaltou que a CEI está fazendo um trabalho "importantíssimo de prevenção nas dioceses".