Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Gordura no fígado pode provocar diabetes tipo 2, diz estudo

Segundo os autores, indivíduos do sexo masculino com obesidade são os que mais desenvolvem gordura no fígado. Em comum, a maior parte desse grupo tem índices mais baixos de escolaridade e são considerados sedentários.

Sexta, 14 de Abril de 2023 às 10:04, por: CdB

Segundo os autores, indivíduos do sexo masculino com obesidade são os que mais desenvolvem gordura no fígado. Em comum, a maior parte desse grupo tem índices mais baixos de escolaridade e são considerados sedentários.


Por Redação, com Canaltech - de Brasília


Cientistas brasileiros revelaram que pacientes com gordura no fígado, condição conhecida clinicamente como esteatose hepática, têm risco elevado para o diabetes tipo 2. A probabilidade pode ser até 30% maior quando o risco é comparado com indivíduos saudáveis e ativos.




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Estudo brasileiro conecta gordura no fígado com um risco 30% maior do paciente desenvolver diabetes tipo 2.

A descoberta, publicada na revista Cadernos de Saúde Pública, é bastante relevante, já que dados nacionais indicam que cerca de 25% da população brasileira convive com gordura no fígado. A boa notícia é que tanto a esteatose quanto o diabetes podem ser prevenidos com mudanças de estilo de vida, como melhora da alimentação e a prática diária de exercícios físicos, mesmo caminhadas já fazem uma boa diferença na saúde geral de uma pessoa.



Entenda os riscos da gordura no fígado


A pesquisa sobre a esteatose hepática foi liderada por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Além disso, contou com a participação de membros da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


Para entender o impacto da gordura no fígado na incidência do diabetes tipo 2, o estudo usou os dados do ELSA-Brasil. No total, foram analisados relatórios médicos, exames clínicos e questionários de mais de 8 mil brasileiros, com idades entre 35 e 74 anos. O tempo médio de acompanhamento foi de 4 anos.


Entre os voluntários, a incidência da esteatose é um pouco maior que na população geral, sendo de 35,1% contra 25%. No entanto, a associação entre a gordura no fígado e o diabetes tipo 2 permanece válida em ambos os cenários. Além disso, o quadro contribuiu para casos mais frequentes de obesidade, de resistência à insulina e de triglicerídeos e colesterol elevados.



Perfil dos pacientes com esteatose no Brasil


Segundo os autores, indivíduos do sexo masculino com obesidade são os que mais desenvolvem gordura no fígado. Em comum, a maior parte desse grupo tem índices mais baixos de escolaridade e são considerados sedentários, praticam pouca ou nenhuma atividade física.



Como impedir que as pessoas desenvolvam diabetes tipo 2?


Para Luciana Costa Faria, autora do artigo e pesquisadora do UFMG, as descobertas indicam a importância de prevenir os desdobramentos da gordura do fígado na saúde do indivíduo. Nesse ponto, profissionais de saúde devem "aconselhar e recomendar mudanças significativas nos hábitos de vida (de seus pacientes), principalmente atividades físicas regulares, dieta saudável, perda de peso e controle dos demais fatores metabólicos", orienta Faria para a Agência Bori.



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