Após sucesso do aplicativo apoiado pela Microsoft, Google apresenta seu próprio sistema de chat baseado em inteligência artificial. Batizado de Bard, ele será integrado ao mecanismo de busca da empresa.
Por Redação, com DW - de São Francisco
A Google anunciou na segunda-feira que vai lançar um sistema de chat baseado em inteligência artificial (IA), o Bard, que deverá rivalizar com o ChatGPT, financiado pela Microsoft.
O serviço foi apresentado pelo CEO da Google, Sundar Pichai, em uma postagem no blog da empresa. O Bard, segundo ele, será integrado ao mecanismo de buscas Google.
O serviço de chat inteligente será alimentado por LaMDA, que significa Language Model for Dialogue Applications (modelo de linguagem para aplicativos de diálogo, em inglês). LaMDA é a própria inteligência artificial da Google com poder de gerar diálogo semelhante ao humano.
Na postagem, Pichai informou que Bard vai testar seus usuários para obter feedbacks antes de um lançamento público nas próximas semanas.
A Google também está planejando adicionar recursos de inteligência artificial a seu popular mecanismo de pesquisa, que poderia passar a responder perguntas complexas – por exemplo, qual instrumento musical é mais fácil de aprender.
– O Bard busca combinar a amplitude do conhecimento mundial com o poder, inteligência e criatividade de nossos extensos modelos de linguagem – afirmou Pichai.
O robô inteligente
O que resta é saber como o Bard se diferenciaria de seu rival ChatGPT. Este foi lançado em 30 de novembro de 2022 pela empresa americana OpenAI e logo causou alvoroço, gerando um debate sobre o futuro desse tipo de tecnologia na educação e em uma série de profissões.
O robô inteligente levou apenas alguns dias para viralizar e, em seis semanas, já havia sido testado por milhões de usuários.
A ferramenta permite diálogos em diversos idiomas sobre praticamente qualquer assunto, de maneira aparentemente natural, com respostas para inúmeras perguntas, além da criação de conteúdo.
Advogados, engenheiros, jornalistas e outros profissionais se perguntam se esse tipo de inteligência artificial poderia substituí-los.
No fim de janeiro, um juiz da Colômbia deu o passo inédito de usar o ChatGPT para proferir uma decisão num tribunal do país. Durante o julgamento, ele fez perguntas ao sistema de inteligência artificial e definiu a sentença com base nas respostas.
Correndo atrás do prejuízo
Antes do lançamento do ChatGPT em novembro, a Google relutava em avançar em IA baseada em linguagem, em meio a temores generalizados de uma tecnologia que não estaria pronta.
No entanto, em janeiro, a Microsoft anunciou estar estendendo sua parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT, com expectativas de que integraria o robô em seu mecanismo de busca Bing. Foi quando a Google ficou sob pressão crescente. A gigante dos mecanismos de busca temia que um Bing com inteligência artificial tirasse sua própria popularidade.
Na semana passada, a Alphabet, empresa controladora da Google, divulgou ganhos fracos, o que aumentou a urgência de competir no campo do chatbot.