Serão apoiados até 45 projetos que receberão cerca de R$ 40 mil cada. O edital prioriza projetos inscritos e desenvolvidos por associações comunitárias, organizações de base e comunidades locais, como quilombolas, por exemplo, que atuam com enfoque socioambiental em territórios localizados na região Sudeste.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
O Programa Mata Atlântica, iniciativa do Fundo Casa Socioambiental, está com inscrições abertas até o dia 27 deste mês. O primeiro edital destinará R$ 1,8 milhão para projetos de base comunitária na região abrangida pelo bioma. Este é o segundo maior edital da história do Fundo Casa Socioambiental em valor de doação.
Serão apoiados até 45 projetos que receberão cerca de R$ 40 mil cada. O edital prioriza projetos inscritos e desenvolvidos por associações comunitárias, organizações de base e comunidades locais, como quilombolas, por exemplo, que atuam com enfoque socioambiental em territórios localizados na região Sudeste, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro; e nos três Estados da Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), “que têm o maior contínuo de Mata Atlântica ainda preservada”.
De acordo com a gestora de Programas do Fundo Casa Socioambiental, Claudia Gibeli, até o final de julho serão divulgados os projetos selecionados, que passarão em seguida por um processo de contratação. Na assinatura dos contratos, os contemplados receberão 90% dos recursos.
Os grupos selecionados passarão por uma sequência de oficinas de construção de capacidade e terão dois encontros também de gestão administrativa e financeira e de gestão institucional. Ao final do projeto, eles terão de entregar um relatório de atividades e prestação de contas. Nesse momento, será feito o repasse dos restantes 10% do apoio. Os projetos têm execução de um ano.
Linhas básicas
O edital Fortalecendo Comunidades para Conservação e Revitalização da Mata Atlântica e Resiliência Climática tem três linhas básicas de apoio. A primeira visa o fortalecimento dos conhecimentos tradicionais, das cadeias produtivas e da geração de renda.
— Isso fortalece bastante os coletivos. Podem ser artesanato e produção de alimentos — disse Claudia.
A segunda linha é baseada na comunicação.
— A gente quer incentivar bastante a comunicação popular e comunitária porque percebe-se, ao longo dos nossos apoios, mesmo em outras regiões, que há muitos coletivos que trabalham com comunicação, mas não têm recurso nenhum para fazer isso — acrescentou.
Bilionária
A terceira linha visa a recuperação da Mata Atlântica, envolvendo ações para restauro e recuperação, com foco principal na produção de água.
— Porque, na Mata Atlântica, a gente tem essa competência do bioma que é a produção de água para milhões de pessoas — sublinhou.
Os recursos foram doados pela bilionária norte-americana MacKenzie Scott, que contemplou, no Brasil, 16 organizações não governamentais (ONGs) em 2022, entre elas, o Fundo Casa. Claudia destacou a importância do edital porque destinará apoio para um bioma no qual a fundação enfrenta dificuldade de mobilizar recursos, pois muitos dos seus financiadores têm foco exclusivo na Amazônia.