Moscou considera a expansão da Otan como "um ataque aos interesses nacionais" e aponta que sua entrada obriga a Rússia a tomar medidas.
Por Redação, com Sputnik - de Moscou
O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, assinou o documento de adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Moscou considera a expansão da Otan como "um ataque aos interesses nacionais" e aponta que sua entrada obriga a Rússia a tomar medidas para garantir sua segurança.
A assinatura ocorreu no pequeno escritório finlandês da Otan em Bruxelas, em frente à sede da Otan. Sobre a mesa havia bandeiras da Otan, da Finlândia e da União Europeia (UE), e um buquê de flores brancas.
"O ambiente certamente é esperado", disse Haavisto.
Mais tarde, o ministro finlandês entregou o documento assinado ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, para que a Finlândia se tornasse oficialmente o 31º membro da Otan. Conforme o Tratado do Atlântico Norte, os documentos de adesão de novos membros são guardados nos Estados Unidos.
Finlândia e Suécia
A Finlândia e a Suécia apresentaram seus pedidos de adesão à Otan ao secretário-geral do bloco no dia 18 de maio de 2022. Os dois países nórdicos assinaram os protocolos de adesão à aliança militar intergovernamental no dia 5 de julho de 2022, que deveriam ser ratificados pelos 30 países-membros.
No início de abril, o secretário-geral do bloco militar, Jens Stoltenberg, anunciou que a Finlândia ingressaria na Otan já nesta terça-feira e sua bandeira seria hasteada na sede da aliança em Bruxelas.
Moscou apontou em várias ocasiões que a Aliança Atlântica visa o confronto e que a expansão do bloco militar obriga a Rússia a tomar medidas para garantir sua segurança, declarou o Kremlin.
Proposta da Ucrânia de aderir à aliança
A Otan admite que até agora não pode satisfazer o pedido de adesão da Ucrânia à aliança, sendo incapaz de aceitar a adesão em breve, escreveu jornal Financial Times citando diplomatas anônimos de países-membros da aliança.
– Não poderemos oferecer-lhes adesão tão cedo. Mas podemos falar de relações mais estreitas entre a Otan e a Ucrânia – disse um diplomata da Otan. "Mas temos uma grande lacuna de financiamento para isso (...) e precisamos investir muito nisso."
De acordo com o Financial Times, a postura da Otan é cada vez mais irritante para autoridades ucranianas.
"Na cúpula da Otan, queremos alguns resultados. Não queremos apenas uma declaração sobre políticas de portas abertas. Queremos algo com garantias concretas. Quero dizer, garantias confiáveis, não promessas, não arranjos, medidas de segurança. E esperamos receber uma resposta ao nosso pedido oficial de adesão à Otan", disse ao jornal Andrei Sibiga, vice-chefe do escritório de Vladimir Zelensky.
Apoio de vários anos
Anteriormente, foi noticiado que os ministros das Relações Exteriores da Otan estavam iniciando uma reunião de dois dias em Bruxelas na terça-feira, que incluirá uma cerimônia para a Finlândia aderir à aliança e onde também se discutirá um programa de apoio de vários anos para a Ucrânia.
O Financial Times informa que os ministros das Relações Exteriores da Otan deverão discutir possíveis alternativas à adesão da Ucrânia à aliança, juntamente com o apoio financeiro a Kiev.
No fim de setembro passado, Vladimir Zelensky assinou o pedido de adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica sob o procedimento acelerado. Posteriormente, o assessor de Segurança Nacional do presidente dos EUA, Jake Sullivan, sublinhou que tal passo agora seria "prematuro".
Por sua vez, o presidente da França, Emmanuel Macron sublinhou o perigo de não oferecer garantias de segurança à Rússia e aos outros países na região, instando a que se deixe de ver a situação somente "através do prisma da Otan".