Em setembro, cerca de 35 jovens jogadoras de futebol e seus familiares fugiram para o Paquistão. As atletas conseguiram deixar Cabul em pequenos grupos e foram transportadas até Lahore, capital da província de Punjab.
Por Redação, com ANSA - de Zurique/Roma
A Fifa anunciou nesta sexta-feira que auxiliou quase 100 "membros da família do futebol", incluindo jogadores, a deixar o Afeganistão e agradeceu o governo do Qatar pelo apoio na operação.
Em um comunicado, a instituição máxima do futebol afirmou que a evacuação aconteceu "após negociações complexas".
A federação expressou seus "sinceros agradecimentos" ao Qatar "pelo apoio" e "por garantir uma viagem segura" para os afegãos em um voo fretado da Qatar Airways, que saiu de Cabul e foi até Doha.
Outros afegãos
Os líderes da Fifa informaram que trabalharam desde agosto para conseguir evacuar o grupo e confirmaram que outros afegãos também deverão deixar o país no futuro.
Em setembro, cerca de 35 jovens jogadoras de futebol e seus familiares fugiram para o Paquistão. As atletas conseguiram deixar Cabul em pequenos grupos e foram transportadas até Lahore, capital da província de Punjab.
Copa a cada dois anos
O ex-zagueiro Paolo Maldini, um dos maiores ídolos da história do Milan, criticou na quinta-feira a ideia da Fifa de disputar a Copa do Mundo a cada dois anos.
Em uma entrevista à agência italiana de notícias ANSA, o ex-jogador afirmou que a mudança "tiraria a importância" do megaevento esportivo.
– Não acho que jogar a Copa do Mundo a cada dois anos seja uma boa ideia, isso tiraria a importância do evento esportivo mais único do mundo, apagando uma tradição secular. Eu espero, como um homem do esporte, que a Fifa abandone este projeto errado – disse o ex-capitão da seleção da Itália, hoje diretor técnico do Milan.
Maldini acrescentou que a alteração traria "consequências muito negativas" na saúde dos jogadores. O italiano também confirmou que atletas, federações e clubes sabem que os benefícios "seriam muito poucos".
– A eventual mudança, somado ao calendário proposto pela Fifa, teria consequências muito negativas na saúde psicofísica dos jogadores e no futuro das ligas nacionais, que sofreriam um impacto tremendo em um momento já muito delicado. Os atletas, federações e clubes estão cientes de que os possíveis benefícios seriam muito poucos se comparados aos vários riscos que tal decisão traria para o mundo do futebol – concluiu Maldini.
O ex-defensor seguiu os mesmos passos que o presidente da Federação Italiana de Futebol (Figc), Gabriele Gravina, o secretário-geral da Federação Internacional das Associações de Jogadores Profissionais (FifPro), Jonas Baer-Hoffmann, e o técnico da Azzurra, Roberto Mancini, que também criticaram a ideia da Fifa.
A Associação Europeia de Clubes (ECA), que é chefiada pelo CEO do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaifi, comentou que a alteração poderá trazer "efeitos destrutivos" ao futebol.
O caminho que a Fifa precisará percorrer para chegar neste objetivo é longo e complicado, pois será necessário muitas negociações com todas as partes envolvidas. No entanto, a entidade máxima do futebol parece não temer as pedras que aparecerão em seu trajeto.