Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

A face da fome

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Segunda, 22 de Novembro de 2021 às 06:45, por: CdB

 

O sistema que gera riqueza para os donos dos meios de produção à custa da exploração dos trabalhadores, é o mesmo que ignora 14 milhões de brasileiros desempregados atualmente. O fim do programa “Bolsa Família”, após 18 anos de existência, para dar lugar ao tal “Renda Brasil”, tende a agravar essa situação.

Por Anderson Pereira – de Brasília

A fome se espalha pelo Brasil. O caso da estudante de apenas oito anos, que desmaiou dentro de uma escola no Rio de Janeiro, por não ter o que comer, é mais uma mostra do momento dramático que vive o país.
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A fome se espalha pelo Brasil
Um estudo da Universidade de Berlim revela que a insegurança alimentar, como é chamada a fome numa linguagem técnica, atingia 15% dos lares brasileiros em 2020. Nos lares com crianças e jovens de 5 a 17 anos, esse percentual é de 20,6%. Enquanto isso, em São Paulo, foi instalada na semana passada, em frente à Bolsa de Valores, uma estátua de um touro de ouro. A imagem remete ao touro de Wall Street, em Nova York, símbolo do capitalismo. O sistema que gera riqueza para os donos dos meios de produção à custa da exploração dos trabalhadores, é o mesmo que ignora 14 milhões de brasileiros desempregados atualmente.

Renda Brasil

O fim do programa “Bolsa Família”, após 18 anos de existência, para dar lugar ao tal “Renda Brasil”, tende a agravar essa situação. A proposta do governo Bolsonaro tem menor alcance social e foi criada para acabar com um programa que já existe e é reconhecido mundialmente. Tanto que vários países do mundo copiaram a iniciativa implantada no governo Lula. O futuro do país passa por combater essa e outras injustiças. Aliás, a justiça brasileira parece ser só para os ricos. Se o Brasil fosse um país sério, o ex-juiz Sérgio Moro, por exemplo, já estaria preso após ter determinado a prisão de Lula sem provas. A manobra jurídica favoreceu a vitória de Jair Messias Bolsonaro. Certa vez, a mulher de Sérgio Moro, Rosângela Wolff Moro, ao ser perguntada sobre como avaliava o trabalho do seu marido no governo Bolsonaro, respondeu que via os dois como sendo uma mesma pessoa. “Eu vejo uma coisa só”, afirmou. Ela tem razão.  

Anderson Pereira, é jornalista.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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