Rio de Janeiro, 10 de Junho de 2025

EUA teriam espionado líderes europeus com ajuda da Dinamarca

A investigação ainda revelou que a ministra da Defesa da Dinamarca, Trine Bramsen, foi informada da ação, batizada de Operação Dunhammer, em agosto do ano passado. Sem citar o caso específico, a política apenas declarou que "a interceptação sistemática de aliados próximos é inaceitável".

Segunda, 31 de Maio de 2021 às 11:58, por: CdB

A investigação ainda revelou que a ministra da Defesa da Dinamarca, Trine Bramsen, foi informada da ação, batizada de Operação Dunhammer, em agosto do ano passado. Sem citar o caso específico, a política apenas declarou que "a interceptação sistemática de aliados próximos é inaceitável".

Por Redação, com ANSA - de Washigton Os Estados Unidos teriam espionado diversos parlamentares e altos funcionários dos governos da Alemanha, França, Noruega e Suécia entre 2012 e 2014 com a ajuda da Dinamarca, denunciou uma matéria jornalística do canal DR, a TV pública dinamarquesa, na noite deste domingo.
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Os Estados Unidos teriam espionado diversos parlamentares e altos funcionários
Segundo a reportagem, entre os alvos da espionagem feita pela Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA), estava a chanceler alemã Angela Merkel. O escândalo reavivou entre os europeus as polêmicas ocorridas em 2013, quando Edward Snowden revelou um esquema governamental de espionagem de líderes políticos de Washington.
A investigação ainda revelou que a ministra da Defesa da Dinamarca, Trine Bramsen, foi informada da ação, batizada de Operação Dunhammer, em agosto do ano passado. Sem citar o caso específico, a política apenas declarou que "a interceptação sistemática de aliados próximos é inaceitável". Conforme a matéria exibida pela "DR", a NSA obteve mensagens enviadas por SMS, áudios de conversas telefônicas, além de "dados de internet", o que inclui chats, trocas de e-mails, buscas em navegadores e envio de mensagens entre políticos. Tudo teria sido auxiliado por membros da Inteligência Militar de Copenhague, conhecida pela sigla FE. A reportagem ainda lembra que, quando Bramsen assumiu o cargo, houve a demissão do então diretor da FE, Lars Findsen, e o ex-diretor do órgão Thomas Ahrenkiel não recebeu o cargo de embaixador da Dinamarca em Berlim, conforme havia sido anunciado. À época, os motivos das punições não foram informados, apenas que eles tinham "ocultado informações essenciais" ao governo.

Reações

Após a veiculação da matéria, o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, afirmou aos jornalistas que "as questões de Inteligência são de competência nacional e cabe aos governos nacionais vigiarem os seus agentes". Sobre a atuação da atual vice-presidente da Comissão, Margrethe Vestager, que é da Dinamarca, Mamer afirmou que "não há eventos" que possam comprometer a representante enquanto ela estava no governo do país. No entanto, os países afetados cobraram explicações dos dinamarqueses. O porta-voz da chanceler Merkel, Steffen Seibert, afirmou que o governo "está em contato com todos os interlocutores nacionais e internacionais interessados para ter um esclarecimento". Mesma postura da Suécia, que informou que pediu esclarecimentos para Copenhague. – Nós pedimos informações completas sobre o incidente. Não o estamos dando por encerrado – disse o ministro da Defesa, Peter Hultqvist, à emissora "SVT". O político afirmou que considera a situação "muito grave" e que quer saber se há órgãos do governo local envolvidos nas atividades ilegais. A França, por meio do subsecretário de Assuntos Europeus, Clément Beuane, afirmou que esses são "fatos graves". "Entre aliados, mesmo que não somos ingênuos, deve haver confiança, um mínimo de cooperação", disse à rádio "France Info". – A nossa prioridade é verificar se os nossos parceiros dinamarqueses cometeram erros ou têm responsabilidades na cooperação com os serviços norte-americanos. Eu não estou apto a dizer, mas é preciso verificar, antes de tudo, porque há uma conexão com os dinamarqueses – acrescentou.
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