a biópsia transperineal, feita pela pele do períneo, representa uma evolução importante.
Por Redação, com ACS – de São Paulo
Um estudo conduzido este ano pela Comissão de Câncer de Próstata da revista científica Lancet, uma das publicações de maior fator de impacto no mundo, previu uma duplicação global de casos para 2,9 milhões e um aumento de 85% nas mortes para quase 700 mil até 2040 de câncer de próstata. A avaliação costuma iniciar-se pelo Antígeno Prostático Específico (PSA) e pelo exame de toque retal, podendo avançar para a ressonância magnética da próstata quando há suspeitas. Se qualquer desses exames apresenta alterações, a biópsia torna-se etapa fundamental para confirmar o diagnóstico.

Durante décadas, o método mais utilizado foi a biópsia transretal, realizada através do reto. Embora amplamente conhecida, essa técnica está associada a desconfortos, risco mais elevado de infecção e dificuldade de acesso a áreas mais profundas da próstata. Em contraste, a biópsia transperineal, feita pela pele do períneo, representa uma evolução importante: é mais segura, precisa, confortável e permite melhor amostragem — especialmente em regiões onde o câncer pode ser facilmente perdido na técnica antiga.
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A cada ano, mais de 72 mil brasileiros recebem o diagnóstico de câncer de próstata, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar dos avanços no rastreamento, muitos tumores ainda são identificados tardiamente — e, não raro, após biópsias anteriores com resultado negativo, mesmo em pacientes que já apresentavam exames de imagem altamente suspeitos.
A biópsia transperineal da próstata é um novo método de diagnóstico com resultado urgente em até 24h úteis. Esse procedimento já é uma realidade no Brasil — permitindo um resultado muito mais ágil em comparação às médias nacionais, já que, na maior parte dos serviços, o resultado da biópsia costuma levar de dez a 30 dias para ser liberado.
O médico Bruno Farnese, cirurgião e ultrassonografista, utiliza essa técnica desde 2022.
A combinação entre a alta precisão da tecnologia, a experiência da equipe e a agilidade na entrega do resultado, tem levado pacientes de todo o Brasil a buscar atendimento em Minas Gerais.
Investigação
— Já recebi paciente com uma lesão altamente suspeita na ressonância. Ele fez duas biópsias transretais, ambas negativas, enquanto o PSA seguia subindo. Quando procurou nosso serviço, fizemos a biópsia transperineal e encontramos um câncer na região anterior – uma área muito difícil de acessar pela técnica convencional. Com a transperineal, talvez tivéssemos feito o diagnóstico já na primeira investigação — constata o médico Bruno Farnese.
Para finalizar, o médico conta que usa equipamentos de ultrassonografia preparados para biópsia transperineal com fusão de imagens.
— O objetivo é simples: oferecer segurança, conforto, precisão e resultado rápido. No momento em que a suspeita de câncer aparece, cada detalhe importa — conclui.