Governos se dizem empenhados em trabalhar juntos para enfrentar a crise climática "com a seriedade e a urgência que ela exige". Declaração é divulgada após visita a Xangai do enviado dos EUA para o clima, John Kerry.
Por Redação, com DW - de Washington/Pequim
Os EUA e a China, os maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, disseram no sábado que vão cooperar com urgência para combater as mudanças climáticas.
"Os Estados Unidos e a China estão empenhados em cooperar entre si e com outros países para enfrentar a crise climática, que deve ser enfrentada com a seriedade e a urgência que ela exige", afirmaram os países em comunicado conjunto.
A declaração foi divulgada após uma visita a Xangai do enviado dos EUA para o clima, John Kerry. Ele é o primeiro membro do governo Biden a visitar a China.
Processos multilaterais
Os dois países disseram que cooperarão em "processos multilaterais" como a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e o Acordo de Paris e que "aguardam com expectativa" a cúpula virtual do clima patrocinada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, agendada para esta quinta e sexta-feira. O encontro reunirá 40 líderes mundiais, incluindo o presidente Jair Bolsonaro.
Os EUA e a China também desenvolverão estratégias de longo prazo para se tornarem neutros em carbono a tempo para a cúpula do clima da ONU em Glasgow, Reino Unido, em novembro. A China já estabeleceu uma meta ambiciosa para se tornar neutra em carbono até 2060.
Os dois países também planejam aumentar o investimento em energia verde nas nações em desenvolvimento também para a eliminação do uso de hidrofluorocarbonos, que são usados em condicionadores de ar e geladeiras.
EUA sinalizam meta ambiciosa
Os EUA devem anunciar nos próximos dias uma meta nacional ambiciosa para reduzir as emissões de carbono.
Enquanto isso, a China sinalizou que dificilmente declarará novas metas na cúpula do clima virtual nesta semana, organizada pelo presidente dos EUA, Biden.
– Para um país com 1,4 bilhão de habitantes, essas metas não são facilmente alcançadas. Alguns países estão pedindo à China que atinja as metas mais cedo. Receio que isso não seja muito realista – disse Le Yucheng, vice-ministro do Exterior da China, à agência de notícias Associated Press.
O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou na sexta-feira que a mudança climática "não deve se tornar moeda de troca geopolítica, um objeto para atacar outros países ou uma desculpa para barreiras comerciais".
Antes de partir para a China, Kerry disse ao canal de notícias norte-americano CNN que os EUA cooperariam com a China, apesar das recentes críticas de Washington às violações aos direitos humanos em Xinjiang e da repressão a ativistas pela democracia em Hong Kong.