Moeda norte-americana fechou, na véspera, em alta de 1,06%, a R$ 3,9837 na venda, tendo superado durante o pregão a marca psicológica de R$ 4 pela primeira vez desde o fim de maio.
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
O dólar subia ante o real nesta terça-feira acompanhando o exterior, aonde ainda predomina a cautela ligada à disputa comercial entre Estados Unidos e China e ao resultado das eleições primárias na Argentina, e tendo como pano de fundo eventual anúncio de medidas econômicas no cenário doméstico.
Às 10:15, o dólar avançava 0,51%, a R$ 4,0042 na venda. Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,06%, a R$ 3,9837 na venda, tendo superado durante o pregão a marca psicológica de R$ 4 pela primeira vez desde o fim de maio. O dólar futuro de maior liquidez avançava por volta de 0,5% neste pregão.
O pregão desta terça-feira iniciou mais uma vez com a cautela dando o tom. De maneira geral, a percepção é de que faltam fatos, no panorama global, que encorajem investidores a abandonarem a busca por proteção, ao mesmo tempo em que surgem novas tensões geopolíticas que continuam justificando tal movimento.
Como pano de fundo para a busca por segurança, a equipe da corretora H.Commcor, em nota a clientes, citou a guerra comercial entre EUA e China, a hesitação do Fed sobre sua trajetória futura de política monetária, sinais cada vez mais claros de uma desaceleração global, protestos em Hong Kong, e a derrota do presidente Mauricio Macri nas eleições primárias na Argentina.
No caso da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o que tem afligido investidores é a ausência de notícias e novos desdobramentos enquanto se aproxima o prazo estabelecido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para a aplicação de tarifas adicionais sobre produtos chineses, que devem entrar em vigor em 1º de setembro.
Participantes do mercado também temem que um prolongamento da disputa comercial leve a economia norte-americana a uma recessão.
A situação na Argentina segue no radar de investidores, após resultado das eleições primárias apontar vitória, por uma larga margem, da chapa composta pela ex-presidente Cristina Kirchner, o que levou a vendas generalizadas de ativos argentinos na véspera.
“Apesar da volatilidade de curto prazo... o impacto para a economia brasileira como um todo é bastante limitado, e a nossa visão segue construtiva para o Brasil, esperando aceleração do crescimento adiante e juros baixos por mais tempo do que se imagina”, avaliaram economistas da XP Investimentos, em nota.
Internamente, participantes do mercado seguem monitorando desdobramentos ligados à reforma da Previdência na Câmara, além de eventuais avanços ligados a outras medidas econômicas.
O plenário da Câmara dos Deputados pode votar, a partir desta terça-feira, a medida provisória da Liberdade Econômica, enquanto a comissão para a reforma tributária deve apresentar seu plano de trabalho.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento outubro de 2019.