Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Divórcio antes do casamento

Arquivado em:
Sexta, 22 de Março de 2024 às 09:45, por: CdB

Sem que os sindicatos abandonem a luta atual para garantir o atendimento médico, sua melhoria sem preços e condições escorchantes, o movimento sindical precisa ser um parceiro efetivo e atuante na luta pelo fortalecimento do SUS.


Por João Guilherme Vargas Netto - de São Paulo


Para enfrentar e vencer o mosquito transmissor da dengue e superar o grave surto da doença os brasileiros, mais uma vez, se apoiam no SUS que lhes garante vacinação, testes, atendimento e ajuda na erradicação dos focos e controle do ambiente.




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O movimento sindical precisa ser um parceiro efetivo e atuante na luta pelo fortalecimento do SUS

A criação do SUS, consagrado nos artigos 198, 199 e 200 da Constituição foi resultado de uma luta feroz do Partido da Saúde, primeiro contra a catastrófica situação sanitária e os escândalos a ela associados nas décadas de 70 e 80 do século passado e depois na própria Constituinte.


Com exceção dos sindicatos diretamente ligados às ações de saúde e dos sindicatos de servidores, em vários níveis, o movimento sindical dos trabalhadores como um todo, representado pelas confederações e centrais sindicais da época, pouco participou desta luta, melhor dizendo, foi ausente, confirmando o divórcio sem ter havido o casamento.



Renovação sindical dos anos 70


Muito deste alheamento decorreu de um erro estratégico da renovação sindical dos anos 70, preocupada em seus acordos e convenções coletivas a valorizar o atendimento médico pelos planos privados de saúde, que ao longo do tempo materializou-se em uma das mais importantes cláusulas das negociações, situação que perdura até hoje.


Sem que os sindicatos abandonem a luta atual para garantir o atendimento médico, sua melhoria sem preços e condições escorchantes, o movimento sindical precisa ser um parceiro efetivo e atuante na luta pelo fortalecimento do SUS, que precisa de recursos, pessoal e instalações, valorizando os aspectos prevencionistas que não são contemplados pelos atuais planos médicos das empresas e que dizem respeito também, a saúde dos trabalhadores e à prevenção de acidentes de trabalho.


João Guilherme Vargas Netto, é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo.


 As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil






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