Rio de Janeiro, 10 de Abril de 2025

Desalento entre os trabalhadores diante da crise bate novo recorde

Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e consideram o período do trimestre encerrado em fevereiro de 2020 – antes, portanto, do coronavírus se espalhar pelo Brasil – e o mesmo período de 2021.

Quinta, 20 de Maio de 2021 às 11:00, por: CdB

Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e consideram o período do trimestre encerrado em fevereiro de 2020 – antes, portanto, do coronavírus se espalhar pelo Brasil – e o mesmo período de 2021.

Por Redação - do Rio de Janeiro

O desânimo e a falta de esperança atingem cada vez mais brasileiros, segundo constata pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira. Segundo o estudo, cerca de 1,3 milhão de trabalhadores deixaram de procurar emprego no primeiro ano da pandemia da covid-19,.

desemprego.jpg
O desespero por uma vaga de trabalho fica mais visível entre os brasileiros mais pobres

O grupo passou a integrar a categoria de trabalhadores desalentados no país – profissionais sem emprego e que desistiram de procurar novas vagas por acreditar que não terão vez no mercado de trabalho. Na avaliação dos economistas, a situação expõe as dificuldades impostas pela pandemia à busca por oportunidades.

Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e consideram o período do trimestre encerrado em fevereiro de 2020 – antes, portanto, do coronavírus se espalhar pelo Brasil – e o mesmo período de 2021.

Novo recorde

O total de desalentados chega, assim, a 5,952 milhões no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, o maior da série histórica do IBGE, com dados desde 2012. Representa mais do que o dobro da população de Salvador (BA), de 2,9 milhões de habitantes.

Mesmo sem trabalho formal ou informal, o grupo não é considerado desempregado. É que, para as estatísticas oficiais, uma pessoa está desocupada quando segue em busca de recolocação profissional com ou sem carteira assinada. Isso não é feito pelos desalentados. No trimestre até fevereiro, a população desempregada chegou a 14,4 milhões no país, outro recorde da série histórica.

— A pandemia expulsou parte das pessoas do mercado de trabalho, e elas não conseguiram voltar — afirmou a jornalistas o economista Hélio Zylberstajn, professor sênior da FEA-USP e coordenador do Projeto Salariômetro, da Fipe.

Capital humano

Professor do Insper, o economista Sérgio Firpo acentua que o quadro provoca uma “depreciação do capital humano”. Segundo afirmou; além do fechamento de postos de trabalho, as restrições a deslocamentos na crise sanitária também favorecem a alta do desalento. A paralisação de escolas é outro fator que pode afastar parte dos profissionais do mercado, pela necessidade de cuidar dos filhos em casa, completa Firpo.

— É como se estivéssemos jogando fora recursos humanos neste momento. O capital humano se deprecia porque não é utilizado. Isso tem efeitos perversos — resume.

Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo