Diplomatas brasileiros, em conversa com jornalistas, disseram que o texto está equilibrado o suficiente para que nenhum dos integrantes permanentes do Conselho vetem. Mas o desafio é imenso, uma vez que há sete anos nenhuma resolução sobre a crise entre palestinos e israelenses é aprovada no colegiado.
Por Redação, com agências internacionais - de Brasília e ONU, NY-EUA
Sob a presidência do Brasil, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) estava pronto a votar, nesta segunda-feira, uma proposta de resolução apresentada pelo Itamaraty para estabelecer um cessar-fogo humanitário em Gaza. O Brasil preside o Conselho de Segurança em outubro.

Diplomatas brasileiros, em conversa com jornalistas, disseram que o texto está equilibrado o suficiente para que nenhum dos integrantes permanentes do Conselho vetem. Mas o desafio é imenso, uma vez que há sete anos nenhuma resolução sobre a crise entre palestinos e israelenses é aprovada no colegiado.
A proposta brasileira busca condenar os "ataques terroristas do Hamas” e exigir a libertação dos reféns israelenses; mas faz um apelo para que o governo de Benjamin Netanyahu reconsidere seu ultimato aos palestinos no norte da Faixa de Gaza.
Corredores
A minuta de resolução ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pede, ainda, por corredores humanitários para que mantimentos sejam entregues aos civis palestinos e por uma “imediata retirada de ordem”, dada por Israel, para a evacuação de civis e funcionários da ONU.
Sem citar Israel diretamente, o documento a ser votado pelos países condena “todas as formas de violência”; em “todos os lados”; e “todos os atos de terrorismo”. O texto enumera 11 pontos, entre eles a condenação "inequívoca dos ataques terroristas hediondos perpetrados pelo Hamas que tiveram lugar em Israel a partir de 7 de outubro de 2023 e a tomada de reféns civis"; o apelo à "libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis, exigindo a sua segurança, bem-estar e tratamento humano, em conformidade com o direito internacional”.
Médicos
O texto ressalta, ainda, o pedido por ”respeito e à proteção, em conformidade com o direito humanitário internacional, de todo o pessoal médico e do pessoal humanitário exclusivamente envolvido em tarefas médicas, dos seus meios de transporte e equipamento, bem como dos hospitais e outras instalações médicas"; e a decisão de "continuar envolvido na questão”.
Após uma consulta aos países membros ao longo do fim de semana, a resolução pedirá por suprimento “contínuo e suficiente” de eletricidade, água, combustíveis e medicamentos “indispensáveis à sobrevivência” dos palestinos. Nos últimos dia, duas reuniões de emergências ocorreram, sem consenso em torno de uma resposta para o conflito, que ameaça se alastrar pela região.