Um adulto da tribo Bajau, nas Filipinas, que passa mais de 60% do seu dia na água, chega a prender o fôlego, naturalmente, por mais de seis minutos.
Por Redação, com agências internacionais - de Copenhagen
Os habitantes das tribos Bajau, que vivem na região costeira das Filipinas, tornaram-se o centro de um estudo sobre o desenvolvimento de habilidades notáveis no ambiente em que habitam, há mais de 1,2 mil anos. Conhecidos como ‘nômades do mar’, os bajau mergulham a profundidades de mais de 70 metros, onde um ser humano médio iria a óbito, por embolia pulmonar.
Um adulto da tribo, que passa mais de 60% do seu dia na água, chega a prender o fôlego, naturalmente, por mais de seis minutos. Agora, os cientistas Melissa Ilardo, da Universidade de Copenhagen e Rasmus Nielsen da Universidade da California, divulgam um estudo no qual apontam uma série de melhoramentos genéticos em toda a população bajau.
Embora os estudos ainda não tenham sido concluídos, a transformação mais evidente, segundo os cientistas, “é o tamanho dos braços”.
— Os bajau são a prova viva para não nos esquecermos que os seres humanos, como qualquer animal, são produtos da evolução — afirmou Nielsen à revista California.
Tibete
Para provar sua tese, os cientistas usaram o ultrassom para comparar o tamanho dos braços dos bajau aos dos vizinhos, no arquipélago, que têm hábitos alimentares diferentes da tribo que, ao longo da vida, consome basicamente peixes e crustáceos. A diferença entre a densidade óssea e o tônus muscular são de 50%, em média, de acordo com os estudos.
— O baço desempenha um papel fundamental no que os biólogos chamam de resposta de mergulho dos mamíferos. Quando nosso rosto entra em contato com água fria, nossa frequência cardíaca torna-se mais lenta e nosso suprimento de sangue é redirecionado para os órgãos vitais. E o baço, que funciona como um reservatório de glóbulos vermelhos, se contrai literalmente comprimindo as células oxigenadas de volta à corrente sanguínea — explica Nielsen.
Outro estudo dos geneticistas, que amplia a evidência da transformação do corpo segundo o meio ambiente em que vivem os seres humanos, mostra que a população tibetana dispõe de uma variação genética que os protege dos males da grande altitude. Um marcador desenvolvido por eles regula os níveis de hemoglobina, no sangue.