Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

Carlo Ancelotti deixa o Real Madrid após ciclo vitorioso

Carlo Ancelotti encerra sua passagem pelo Real Madrid, onde conquistou 15 títulos e deixou um legado marcante. Saiba mais sobre sua trajetória e conquistas.

Segunda, 12 de Maio de 2025 às 14:51, por: CdB

Ancelotti, que conseguiu quebrar uma barreira de longa data no comando do Madrid ao permanecer por mais de três temporadas consecutivas, foi capaz de construir uma equipe com letras maiúsculas.

Por Redação, com Europa Press – de Madri

O técnico italiano Carlo Ancelotti deixará o cargo de treinador do Real Madrid no final da temporada, encerrando sua segunda e última passagem pelo clube, depois de ter se tornado o técnico mais bem-sucedido da história do clube, com 15 títulos em suas duas passagens pelo banco merengue, como precursor de um time do Real Madrid que voltou a dominar a Liga dos Campeões sob seu comando, embora ele saia com sombras depois de um final de mandato monótono.

Carlo Ancelotti deixa o Real Madrid após ciclo vitorioso | O técnico italiano Carlo Ancelotti
O técnico italiano Carlo Ancelotti

Se ele tinha alguma chance de cumprir o ano restante de seu contrato, Ancelotti a perdeu ao perder o Clássico contra o FC Barcelona no domingo e reduzir suas chances na LaLiga EA Sports a quase zero, em um final que, de certa forma, talvez ele não merecesse, sem nenhum dos três principais títulos desta temporada e, como em sua primeira passagem, sem cumprir todo o seu contrato, embora neste caso por acordo mútuo e não demitido por Florentino Pérez.

Mesmo assim, ele havia deixado uma boa marca no clube e em seu presidente, depois de ter sido encarregado de recuperar um Real Madrid ferido em 2013, após o período convulsivo com José Mourinho, que tirou o time da depressão continental, mas sem alcançar a glória, apenas a roçando. Um papel que estava destinado a um italiano que teve uma ótima primeira temporada, na qual levantou quatro troféus, uma Liga dos Campeões, uma Copa do Rei, uma Supercopa Europeia e uma Copa do Mundo de Clubes,entre 2013 e 2015.

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Nesse período, ele chegou com a missão de apagar incêndios e cumprir a obsessão do clube desde 2002: voltar a ser campeão europeu. E conseguiu, na final de Lisboa de 2014, contra o Atlético de Madrid e com o gol de Sergio Ramos aos 93 minutos do segundo tempo, conquistar a décima Copa da Europa do clube. Uma conquista que deu o pontapé inicial e sempre iluminará o legado de Ancelotti para o madridismo.

Aquele Real Madrid sob o comando de “Carletto” foi o início de um ciclo dourado, seis Copas da Europa nos últimos 12 anos, com o italiano como um dos grandes responsáveis. Depois de uma primeira grande campanha, em 2014-2015, a equipe entrou em colapso e terminou a temporada em branco, com a correspondente saída do italiano, a quem Florentino Pérez voltaria a recorrer em 2021, após a segunda despedida de Zinédine Zidane, aluno avançado do italiano.

E Ancelotti, que havia continuado a construir sua reputação no futebol, respondeu mais uma vez. Ele montou uma equipe vencedora mais uma vez, que desde então já comemorou 11 títulos. Embora muito questionado na última campanha, especialmente na atual temporada, na qual ele não conseguiu encontrar a chave, sua segunda passagem pelo comando dos Merengues foi muito proveitosa.

Desde 2021, ele conquistou dois títulos da Liga dos Campeões, dois títulos da La Liga, uma Copa do Rei, duas Supercopas da Espanha, duas Supercopas da Europa, uma Copa do Mundo de Clubes e uma Copa Intercontinental. Um total de 11 títulos que o colocam no topo da história de treinadores do clube, superando o lendário Miguel Muñoz, tendo também alcançado 350 partidas, com um saldo de 247 vitórias, 50 empates e 53 derrotas, números que ele tentará aumentar nas três partidas restantes da liga, um campeonato que desta vez ele conseguiu conquistar, duas vezes, para se tornar o primeiro treinador a reinar nas cinco principais ligas europeias.

Comando do Madrid

Ancelotti, que conseguiu quebrar uma barreira de longa data no comando do Madrid ao permanecer por mais de três temporadas consecutivas, foi capaz de construir uma equipe com letras maiúsculas, mesmo quando pesos pesados como Karim Benzema e Carlos Henrique Casemiro saíram, e foi campeão europeu em outras duas ocasiões, em 2022 e 2024, com reviravoltas mágicas no primeiro caso e em uma das melhores versões da equipe em nível coral no segundo, anos que ele também acompanhou com o domínio da liga. Mas também não conseguiu superar a maldição que cerca o clube, incapaz de defender o trono nacional desde a última vez em que o fez, em 2008.

Reggiolo, de 65 anos, que sempre colocou o bem do clube acima do seu próprio, certamente representa o melhor perfil para um clube como o Real Madrid, conciliador, aberto ao diálogo, fluente e frio diante da mídia, e sempre entendendo seus jogadores.

Apesar de não ter conseguido neste ano encontrar o equilíbrio tão almejado com a chegada de Kylian Mbappé e com um final manchado pelo baixo nível de futebol apresentado por sua equipe, eliminada pela primeira vez sob seu comando antes de uma semifinal de Liga dos Campeões, isso não deve ofuscar a influência e a importância do italiano na história do clube. Sua sombra é longa e, no futebol, o passado tem pouco valor. Por isso, agora ele está saindo depois de um ano ruim para começar uma nova aventura no comando do Brasil.

Mas o projeto de Ancelotti parece ter desmoronado e, como ele mesmo argumentou em mais de uma ocasião, é a resiliência que define uma equipe, não a derrota. Isso é o que o Real Madrid e o italiano precisam fazer agora, encerrando assim uma relação intensa e frutífera com um nível muito alto para o seu sucessor.

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