Faltando menos de nove semanas para o Reino Unido ser forçado por lei a deixar a UE em 29 de março, ainda não existe entendimento sobre como, e mesmo se, o país romperá com o maior bloco comercial do mundo.
Por Redação, com Reuters - de Londres
O ex-prefeito de Londres Boris Johnson, defensor mais destacado da saída do Reino Unido da União Europeia no partido da primeira-ministra britânica, Theresa May, disse nesta segunda-feira que a premiê obteria um apoio amplo se convencesse a UE a descartar a solução emergencial para a fronteira irlandesa. Faltando menos de nove semanas para o Reino Unido ser forçado por lei a deixar a UE em 29 de março, ainda não existe entendimento sobre como, e mesmo se, o país romperá com o maior bloco comercial do mundo. A grande maioria do Parlamento rejeitou o acordo de May no início do mês, e muitos rebeldes pró-Brexit de seu próprio Partido Conservador estão revoltados com a solução irlandesa, uma espécie de apólice de seguro concebida para evitar uma fronteira dura na Irlanda se outras opções não forem encontradas. – A primeira-ministra quer se livrar da solução emergencial – escreveu Boris Johnson no jornal Daily Telegraph, dizendo que May poderia inserir uma “cláusula de liberdade” que permita ao Reino Unido excluir a medida sem o aval da UE. – Se a primeira-ministra obtiver essa mudança, uma perfuração do tamanho do Reino Unido no tecido da própria solução emergencial, não tenho dúvida de que terá todo o país apoiando-a entusiasticamente – disse Johnson. Segundo ele, fontes do mais alto escalão do governo lhe disseram que May pleiteará mudanças legais obrigatórias no acordo que acertou em novembro com o bloco. A Irlanda disse que não quer nenhuma mudança na solução emergencial. No dia 29 de janeiro o Parlamento debaterá os próximos passos propostos pela premiê, além de planos alternativos apresentados por parlamentares, inclusive alguns que visam adiar a saída britânica pedindo uma prorrogação do período de negociação do Artigo 50. O proeminente parlamentar pró-Brexit Jacob Rees-Mogg disse que o acordo de May pode se tornar mais aceitável a rebeldes conservadores eurocéticos se a solução emergencial for removida ou anulada.