Rio de Janeiro, 15 de Junho de 2025

Bombardeio do regime de Myanmar mata civis em escola

Um bombardeio da junta militar de Myanmar em uma escola resultou na morte de 22 pessoas, incluindo 20 crianças, em meio a uma guerra civil e um suposto cessar-fogo.

Segunda, 12 de Maio de 2025 às 15:39, por: CdB

O país está imerso em uma guerra civil desde o golpe que permitiu à junta de fardados tomar o poder em 2021.

Por Redação, com CartaCapital – de Yangon

Um bombardeio da junta militar de Myanmar matou 22 pessoas, incluindo 20 crianças, em uma escola nesta segunda-feira, disseram testemunhas, apesar de um suposto cessar-fogo humanitário declarado para ajudar a nação a se recuperar de um terremoto devastador.

Bombardeio do regime de Myanmar mata civis em escola | Escola atingida por bombardeio de militares do Myanmar
Escola atingida por bombardeio de militares do Myanmar

O ataque atingiu uma escola na vila de Oe Htein Kwin, cerca de 100 quilômetros a noroeste do epicentro do terremoto de 28 de março, por volta das 10h00 (00h30 no horário de Brasília), disseram moradores.

“Até agora, 22 pessoas morreram no total: 20 crianças e dois professores”, disse um professor de 34 anos da escola, que pediu para permanecer anônimo.

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“Tentamos dispersar as crianças, mas o caça era muito rápido e lançou suas bombas”, acrescentou.

Um funcionário da educação na área onde a vila está localizada, na região de Sagaing, fez a mesma avaliação.

Não foi possível contactar um porta-voz da junta de Mianmar para comentar essas informações.

Mianmar está imersa em uma guerra civil desde o golpe que permitiu à junta tomar o poder em 2021. Os militares enfrentam opositores de minorias étnicas e do movimento pró-democracia.

Trégua humanitária

Os generais declararam uma trégua humanitária até o final do mês para ajudar nos esforços de socorro e reconstrução após o terremoto que matou quase 3.800 pessoas.

No entanto, o cessar-fogo não impediu a junta de realizar bombardeios, nem impediu seus adversários de lançar ataques.

Apesar de tensões, cessar-fogo entre Índia e Paquistão continua

O cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão se mantém no domingo, horas depois de as duas potências nucleares vizinhas se acusarem mutuamente de violar a trégua anunciada no dia anterior.

O cessar-fogo foi selado no sábado, após quatro dias de ataques e contra-ataques de ambos os lados, que deixaram ao menos 60 mortos e provocaram a fuga de milhares de habitantes. Foi o pior surto de violência desde o último conflito aberto entre a Índia e o Paquistão em 1999.

A cessação “total e imediata” das hostilidades foi anunciada inesperadamente pelo presidente norte-americano, Donald Trump, após uma “longa noite de negociações mediadas pelos Estados Unidos”.

Nova Délhi e Islamabad confirmaram a informação minutos depois de Trump fazer o anúncio em sua rede Truth Social.

A escalada entre as duas potências nucleares levantou temores de uma guerra aberta.

No entanto, o secretário das Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, denunciou “repetidas violações” do cessar-fogo na manhã deste domingo e garantiu que suas forças armadas “estão dando uma resposta adequada e apropriada”.

O Paquistão declarou que “permanecia comprometido” com a trégua e que suas forças estavam tratando as violações indianas com “responsabilidade e moderação”.

‘Paz frágil’

Um clima confuso reinou nas áreas de fronteira da Caxemira administrada pela Índia neste domingo.

Moradores de várias vilas no lado indiano da Linha de Controle, a fronteira de fato da Caxemira dividida, disseram que os bombardeios paquistaneses recomeçaram horas após o anúncio do cessar-fogo.

A casa de Bairi Ram, na vila de Kotmaira, foi reduzida a escombros por bombardeios, e três de seus búfalos morreram. “Acabou tudo”, lamentou.

Hazoor Sheikh, de 46 anos, que administra uma loja no principal mercado da cidade fronteiriça indiana de Poonch, a mais atingida pelos combates, foi um dos primeiros a reabrir sua loja neste domingo.

– Finalmente, depois de dias, pudemos dormir em paz – disse Sheikh.

Praveen Donthi, analista do International Crisis Group, expressou ceticismo sobre o cessar-fogo.

– A paz é frágil. É muito precária – disse ele à agência francesa de notícias AFP neste domingo.

– As relações continuarão hostis. As coisas vão ser difíceis. Os ataques de baixa intensidade continuarão, provavelmente não por parte dos militares, mas talvez por parte de militantes – acrescentou.

‘Acampamentos terroristas’

O conflito começou com o ataque de 22 de abril na Caxemira administrada pela Índia, que matou 26 turistas, a maioria homens hindus, em um ataque que a Índia atribui ao Paquistão.

A Índia acusa o grupo Lashkar-e-Taiba, sediado no Paquistão e considerado um grupo “terrorista” pela ONU, de ser responsável pelo ataque, algo que Islamabad nega.

Na quarta-feira, a Índia lançou ataques com mísseis contra “acampamentos terroristas”. Islamabad respondeu imediatamente com fogo pesado de artilharia e alegou ter derrubado cinco aviões de combate.

Grupos armados que operam na Caxemira intensificaram suas atividades desde 2019, quando o governo nacionalista hindu do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, revogou sua autonomia limitada e colocou o estado sob controle direto de Nova Délhi.

Desde que ambos os países conquistaram a independência do domínio britânico em 1947, travaram diversas guerras pelo controle total da região.

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