A denúncia foi apresentada em junho passado por uma vítima do padre pedófilo Peter Hullerman, transferido para a Arquidiocese de Munique e Freising em 1980, durante a gestão de Joseph Ratzinger como arcebispo, após ter sido acusado de violentar um garoto de 11 anos.
Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano
O papa emérito Bento XVI vai se defender de uma denúncia de acobertamento de um padre pedófilo apresentada na Justiça da Alemanha.
A informação foi confirmada à agência italiana de notícias ANSA pela porta-voz do Tribunal de Traunstein, na Baviera, que acrescentou que a defesa do ex-pontífice ainda "não apresenta elementos de conteúdo".
A denúncia foi apresentada em junho passado por uma vítima do padre pedófilo Peter Hullerman, transferido para a Arquidiocese de Munique e Freising em 1980, durante a gestão de Joseph Ratzinger como arcebispo, após ter sido acusado de violentar um garoto de 11 anos.
Segundo a ação, Bento XVI tinha "conhecimento da situação e no mínimo não levou em consideração que esse sacerdote pudesse repetir seus crimes".
Em Munique, Hullerman manteve suas funções pastorais e continuou cometendo abusos contra menores de idade. Ele só seria condenado em 1986, porém com pena suspensa.
Violência sexual
A denúncia chegou na esteira de um relatório que listou pelo menos 497 vítimas de violência sexual na Arquidiocese de Munique e Freising entre 1945 e 2019, englobando inclusive o período de Ratzinger como arcebispo (1977-1982).
O relatório independente aponta "comportamentos errôneos" de Bento XVI em pelo menos quatro casos, incluindo o de Hullerman, e diz que não foi possível identificar um eventual interesse de Ratzinger pelas vítimas.
O documento também contém uma declaração por escrito em que o papa emérito nega que soubesse do histórico de crimes de Hullerman, mas, após a repercussão negativa, Bento XVI retificou seu pronunciamento e admitiu ter participado de uma reunião em janeiro de 1980 para discutir o caso do padre.