Rio de Janeiro, 12 de Dezembro de 2024

Base aliada acende sinal de alerta para votação do pacote fiscal

Arquivado em:
Sexta, 06 de Dezembro de 2024 às 20:10, por: CdB

O posicionamento do PSD e do União Brasil, segundo o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), ficou assinalado como o mais crítico. As duas siglas ocupam cargos nos ministérios de Lula e foram importantes para o avanço de outras propostas do governo.

Por Redação – de Brasília

A base de apoio ao governo ligou o sinal de alerta, nesta sexta-feira, após o quórum da votação da urgência dos primeiros projetos de corte de gastos beirar o mínimo necessário para garantir o andamento da matéria, na Câmara. Líderes do Governo e de bancadas aliadas passaram a se mover, mais rapidamente, na tentativa de chegar à margem de segurança necessária.

arthur-lira.jpg
Arthur Lira, líder do ‘Centrão’, precisou atuar para aprovar urgência na tramitação do pacote fiscal

O posicionamento do PSD e do União Brasil, segundo o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), ficou assinalado como o mais crítico. As duas siglas ocupam cargos nos ministérios de Lula e foram importantes para o avanço de outras propostas do governo, “mas estão insatisfeitas”, segundo fontes.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levou aos parlamentares três projetos: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de corte de gastos; um Projeto de Lei Complementar (PLC) que limita o uso de créditos tributários e um Projeto de Lei Ordinária (PLO) que promove um pente-fino no Benefício de Prestação Continuada (BPC); além de mudar o reajuste do salário mínimo.

 

Insatisfações

A suspensão do pagamento de emendas parlamentares, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF); o conteúdo do pacote e a articulação política com o governo “concentram as insatisfações dos parlamentares, que vêm travando o andamento da pauta”, apurou a FSP.

Depois de engasgar na Comissão de Constituição e Justiça, os textos das medidas conseguiram ir adiante, segundo dois líderes ouvidos pela reportagem, sob reserva, após um apelo do presidente Arthur Lira (PP-AL) às bancadas do PSD e do União Brasil, que estavam contra o avanço das propostas.

— Concluo parabenizando todos os líderes que permitiram que nós votássemos a urgência. A partir de segunda, terça e quarta(-feiras da próxima semana), vamos discutir o mérito, ouvir as bancadas e conversar com todo mundo — discursou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), no Plenário.

Ajuste maior

Diante das cobranças no mercado financeiro por um corte de gastos estrutural, que garanta a sustentabilidade do arcabouço fiscal, deputados têm dito que um eventual endurecimento das propostas apresentadas pelo governo não virá do Congresso, sem que o Poder Executivo proponha um ajuste maior.

Na outra ponta, contudo, parlamentares resistem a mexer no BPC, pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Assim, o pacote como um todo corre risco de redução no seu alcance.

A urgência aprovada por pouco, em Plenário, compete a dois projetos relacionados aos novos gatilhos do arcabouço, ao ganho do salário mínimo e à revisão em programas sociais, como o BPC. Um deles foi aprovado com apenas três votos além do necessário. Pesam, ainda, a PEC, que também mexe no BPC, nos supersalários do funcionalismo público e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo