O câncer de testículo é altamente curável se detectado em estágios iniciais, e “muitos desses casos são detectados graças ao autoexame.
Por Redação, com Europa Press – de Madri
O autoexame testicular é uma “prática simples e fundamental” para a prevenção e a detecção precoce do câncer testicular, explica Manuel R. Bernal, enfermeiro especialista em cuidados com a continência urinário-fecal e reeducação do assoalho pélvico no Hospital Universitário Virgen de la Victoria, que nos lembra que realizá-lo regularmente nos permite conhecer a anatomia dos testículos e detectar quaisquer alterações ou anomalias a tempo.
O câncer de testículo é altamente curável se detectado em estágios iniciais, e “muitos desses casos são detectados graças ao autoexame, por isso ele é tão importante”, diz a enfermeira, que estrelou um vídeo informativo no Canal Enfermero sobre o autoexame testicular passo a passo, um material publicado pelo Conselho Geral de Enfermagem (CGE) em apoio ao movimento ‘Movember’.
A prevalência do câncer de próstata é muito alta, sendo a principal causa de câncer em homens. Todos os anos são registrados 1,4 milhão de casos em todo o mundo, conforme indicam os dados fornecidos pelo movimento Movember. Apesar de seu bom prognóstico em estágios iniciais, a chave para a detecção precoce é a prevenção, pois em seu estágio inicial não é uma doença que apresenta sintomas claros, podendo até ser assintomática.
– Muitos homens cresceram com a ideia de que demonstrar vulnerabilidade é sinônimo de fraqueza. Assim, encontramos pacientes que recusam o atendimento médico por medo ou vergonha e que vivem em silêncio emocional por medo de julgamento. Se transferirmos isso especificamente para a saúde sexual, o impacto é ainda maior – explica Florentino Pérez Raya, presidente do CGE.
Nesses termos, ele ressalta, “o impacto sobre a identidade masculina entra em cena, algo complexo de abordar tanto para o próprio paciente quanto para os familiares e profissionais. Como enfermeiros, queremos apoiar esse movimento, que é oferecido como uma ferramenta para quebrar tabus sobre a saúde masculina, mas, acima de tudo, para fazer com que os pacientes entendam que a comunicação com seu enfermeiro de referência e a conscientização sobre a importância da prevenção podem salvar suas vidas”.
Com esse objetivo, o CGE se une ao movimento ‘Movember’, um projeto que nasceu com a ideia de melhorar a saúde dos homens, concentrando-se na prevenção do câncer de próstata e testicular e na promoção de um cuidado mais consciente da saúde mental masculina. O movimento, que acontece todo mês de novembro, convida os homens a seguirem a “ordem do bigode”, um símbolo que chama a atenção para a saúde masculina e que promove e torna visível o contato entre os homens para compartilhar questões importantes de saúde.
É necessário fazer check-ups regulares a partir dos 45 anos de idade
É essencial que todos os homens com mais de 45 ou 50 anos de idade façam exames urológicos regulares. Isso permitirá que quaisquer sinais ou anormalidades sejam detectados no início do curso da doença, facilitando a intervenção oportuna.
– Os check-ups são muito simples e minimamente invasivos – diz Carlos Lorenzo, presidente da Associação Espanhola de Enfermeiros de Urologia. Eles consistem em exames de sangue, exames físicos como o exame retal digital e exames de imagem em alguns casos. No entanto, alguns dos sinais e sintomas urinários que podem sugerir problemas incluem dificuldade para urinar, urgência ou incontinência urinária, ou sintomas francamente alarmantes, como a presença de sangue na urina ou no sêmen.
Na luta contra o câncer de próstata, a prevenção é a chave, por isso é importante estar ciente dos fatores de risco e dos hábitos que podem levar ao câncer de próstata. “Para uma boa prevenção, fatores como o consumo excessivo de carne vermelha, alimentos processados ou gorduras saturadas, fatores corporais como sobrepeso ou obesidade e o consumo de substâncias tóxicas, como o álcool e principalmente o tabaco, devem ser evitados ou moderados”, aconselha Lorenzo.
O papel do enfermeiro no combate a essa doença é total, “abrange todo o processo, desde a prevenção até a reabilitação. Atuamos como agentes de saúde, guias e elos com o sistema de saúde”, diz ela.
A função da enfermagem tem um papel fundamental no enfrentamento do silêncio entre os homens. “Há um profundo componente social e psicológico que transforma os exames médicos, como o de próstata, em um assunto tabu que gera pudor, desconforto e resistência nos homens”, explica a médica, para quem os homens se sentem violados por seu papel de se submeter a exames regulares e, por outro lado, por exames tão simples como o toque retal que “pode ser percebido por alguns homens como uma ameaça direta à sua virilidade”.
É nesse ponto que “os enfermeiros criam confiança por meio de uma escuta ativa, sem julgamentos e empática. Eles fazem perguntas abertas, normalizam a conversa sobre emoções e sexualidade e acompanham a partir da proximidade profissional, não do paternalismo”, diz Julio González, enfermeiro especializado em Saúde Mental, que recomenda promover grupos de apoio entre os homens, integrar a educação emocional na Atenção Primária, tornar visíveis os referentes masculinos que falam sobre saúde mental e treinar profissionais em uma linguagem inclusiva e não estigmatizante.
