Cerca de 1 a cada 604 voos registra algum tipo de emergência médica e que problemas cardiovasculares representam aproximadamente 7% de todos os incidentes, mas são responsáveis por mais de 50% dos pousos não programados.
Por Redação, com ACS – de São Paulo
O aumento das viagens internacionais e o crescimento histórico da aviação comercial reacenderam um alerta: o avanço das emergências médicas em pleno voo. O número de passageiros em rotas de longa duração bateu recorde em 2024, ultrapassando 4,7 bilhões de viajantes no mundo e aumentando a exposição a fatores de risco pouco percebidos, como desidratação, hipóxia leve, aumento da pressão arterial e longos períodos de imobilidade.

Cerca de 1 a cada 604 voos registra algum tipo de emergência médica e que problemas cardiovasculares representam aproximadamente 7% de todos os incidentes, mas são responsáveis por mais de 50% dos pousos não programados. As aeronaves modernas permitem rotas mais longas, algumas superando 15 horas de duração, o que intensifica o estresse fisiológico, altera padrões circulatórios e potencializa gatilhos cardíacos em passageiros vulneráveis.
O crescimento acelerado do fluxo global de passageiros pressiona aeroportos e companhias aéreas a reforçar a estrutura de triagem, atendimento e resposta rápida para lidar com emergências em um ambiente que, historicamente, não foi projetado para demandas médicas complexas.
Cansaço
Com o aumento das rotas longas, companhias aéreas e aeroportos já discutem protocolos mais rígidos de prevenção e atendimento, ampliando equipes treinadas, áreas de suporte médico e integração com serviços especializados. No Brasil, aeroportos que concentram voos internacionais de longo curso vêm registrando mais acionamentos de equipes médicas por sintomas como dor torácica, falta de ar, arritmias e mal-estar generalizado, quadro agravado pelo calor, cansaço acumulado e pela lotação típica de períodos de férias.
Victor Reis, presidente do Grupo Med+, destaca que o fenômeno exige mudança de mentalidade no setor.
— O passageiro precisa entender que o voo não é um ambiente neutro. A altitude, a pressurização e o longo período sentado podem agravar condições pré-existentes. Por isso, preparar o corpo antes de viajar e buscar orientação médica quando necessário é uma medida essencial de segurança — concluiu.