Rio de Janeiro, 30 de Dezembro de 2025

Aumenta o número de ocorrências graves em voos internacionais

O aumento de voos internacionais em 2024 traz um alerta sobre emergências médicas. Descubra como problemas cardiovasculares impactam a aviação.

Terça, 30 de Dezembro de 2025 às 15:30, por: CdB

Cerca de 1 a cada 604 voos registra algum tipo de emergência médica e que problemas cardiovasculares representam aproximadamente 7% de todos os incidentes, mas são responsáveis por mais de 50% dos pousos não programados.

Por Redação, com ACS – de São Paulo

O aumento das viagens internacionais e o crescimento histórico da aviação comercial reacenderam um alerta: o avanço das emergências médicas em pleno voo. O número de passageiros em rotas de longa duração bateu recorde em 2024, ultrapassando 4,7 bilhões de viajantes no mundo e aumentando a exposição a fatores de risco pouco percebidos, como desidratação, hipóxia leve, aumento da pressão arterial e longos períodos de imobilidade.

Aumenta o número de ocorrências graves em voos internacionais | O aumento no número de voos eleva também o risco de casualidades
O aumento no número de voos eleva também o risco de casualidades

Cerca de 1 a cada 604 voos registra algum tipo de emergência médica e que problemas cardiovasculares representam aproximadamente 7% de todos os incidentes, mas são responsáveis por mais de 50% dos pousos não programados. As aeronaves modernas permitem rotas mais longas, algumas superando 15 horas de duração, o que intensifica o estresse fisiológico, altera padrões circulatórios e potencializa gatilhos cardíacos em passageiros vulneráveis.

O crescimento acelerado do fluxo global de passageiros pressiona aeroportos e companhias aéreas a reforçar a estrutura de triagem, atendimento e resposta rápida para lidar com emergências em um ambiente que, historicamente, não foi projetado para demandas médicas complexas.

 

Cansaço

Com o aumento das rotas longas, companhias aéreas e aeroportos já discutem protocolos mais rígidos de prevenção e atendimento, ampliando equipes treinadas, áreas de suporte médico e integração com serviços especializados. No Brasil, aeroportos que concentram voos internacionais de longo curso vêm registrando mais acionamentos de equipes médicas por sintomas como dor torácica, falta de ar, arritmias e mal-estar generalizado, quadro agravado pelo calor, cansaço acumulado e pela lotação típica de períodos de férias.

Victor Reis, presidente do Grupo Med+, destaca que o fenômeno exige mudança de mentalidade no setor.

— O passageiro precisa entender que o voo não é um ambiente neutro. A altitude, a pressurização e o longo período sentado podem agravar condições pré-existentes. Por isso, preparar o corpo antes de viajar e buscar orientação médica quando necessário é uma medida essencial de segurança — concluiu.

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