A pesquisa, liderada pela Universidade Virginia Tech, nos Estados Unidos, com a participação das universidades de Aberdeen, no Reino Unido, e Shenzhen, na China, foi publicada nesta semana.
Por Redação, com DW – de Berlim
Um estudo científico realizado por uma equipe internacional de pesquisadores indica que os efeitos da atividade física continuam mesmo após o fim dos movimentos. Segundo a pesquisa, o exercício aumenta o gasto energético sem que o corpo humano reduza a energia necessária para funções vitais. Na prática, os resultados apontam que o corpo não recorre a compensações metabólicas significativas para contrabalancear o gasto de energia provocado pelo movimento.

A pesquisa, liderada pela Universidade Virginia Tech, nos Estados Unidos, com a participação das universidades de Aberdeen, no Reino Unido, e Shenzhen, na China, foi publicada nesta semana pela revista ‘Proceedings of the National Academy of Sciences’ (PNAS).
Amostras
Para chegar a esta conclusão, os cientistas mediram o “orçamento energético” de 75 adultos com idades entre 19 e 63 anos, cujos níveis de atividade variavam do sedentarismo à prática de corridas de ultrarresistência.
Para medir o gasto energético total, os participantes ingeriram isótopos de oxigênio e hidrogênio, e durante duas semanas foram registradas as variações em suas amostras de urina, juntamente com seus movimentos, monitorados por sensores portáteis.
Os resultados mostraram que quanto maior a atividade física, maior é a queima de calorias, independentemente da composição corporal, e que o corpo administra seu orçamento energético sem reduzir o consumo por funções básicas, como a respiração e a circulação sanguínea.
O “orçamento energético” de uma pessoa pode funcionar de duas formas: como um valor fixo, no qual a energia é redistribuída de outras funções para cobrir o custo do movimento, ou como um sistema flexível, que é aditivo e permite maior gasto energético. Os cientistas buscavam determinar qual desses modelos explica melhor as mudanças reais no orçamento energético, de acordo com diferentes níveis de atividade física.
Modelo
Constatou-se que as pessoas mais ativas também passam menos tempo sentadas, o que reforça o modelo energético “aditivo”, e que essas pessoas têm menos probabilidade de permanecer longos períodos em inatividade.
A pesquisa indica ainda que os benefícios do movimento persistem mesmo quando o corpo está em repouso e, portanto, que ser mais ativo realmente aumenta o gasto energético total e contribui para uma vida mais saudável.
Pesquisador do Laboratório de Evolução Humana da Universidade de Burgos, na Espanha, Guillermo Zorrilla explicou à agência de notícias EFE que a equipe também comparou populações com altos níveis de atividade física a outras mais sedentários.
Ele destacou que, quando o exercício físico é mais intenso e o gasto energético aumenta, o corpo ativa mecanismos que evitam que sejam ultrapassados limites capazes de afetar funções vitais do organismo.
— Seria como se as pessoas que praticam mais exercícios ou atividades físicas tivessem um maior orçamento energético — resumiu o pesquisador.