Rio: bloco na Ilha do Governador reúne inconformados com o fim do carnaval

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Publicado Quarta, 10 de Fevereiro de 2016 às 13:16, por: CdB

 

A maior parte dos foliões, no entanto, demorou a chegar, o que preocupava Ivanilda Quirino, de 49 anos, e Milton Ferreira, de 58 anos

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:   Um grupo de amigos inconformados com o fim do carnaval reuniu-se neste ano para estender a folia até a Quarta-Feira de Cinzas na Ilha do Governador e fundou o bloco Já Tô Com Saudade, que desfilou pela primeira vez na manhã desta quarta-feira na Praia da Bica, no bairro Jardim Guanabara, na Zona Norte do Rio. Em seu primeiro ano, o cortejo reuniu um público pequeno, composto principalmente por moradores de áreas próximas e colaboradores da organização. O presidente do bloco, Dimas Santos, de 20 anos, disse que a intenção era atrair a população local, acostumada aos blocos menos lotados que os do movimentado carnaval do centro e da zona sul do Rio.
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Um grupo de amigos inconformados com o fim do carnaval reuniu-se neste ano para estender a folia até a Quarta-Feira de Cinzas na Ilha do Governador
– Só saio no carnaval da Ilha, porque aqui tem muito mais tranquilidade. Aqui posso levar minha esposa e minha enteada, que só tem 2 anos. Ela vai no colo mesmo, não tem problema – afirmou o auxiliar de loja. A gerente de contas Ana Carolina Bettamio, de 42 anos, ressaltou que, na correria da organização, não deu tempo de preparar uma camisa para os integrantes do bloco, e o jeito foi pedir ajuda à comunidade. A Escola de Samba Acadêmicos do Dendê, da Ilha do Governador, emprestou partes de fantasias, e a Acadêmicos de Santa Cruz, na zona oeste, também colaborou. – O carnaval da Ilha é mais seguro, as pessoas se conhecem, e o público é bem familiar. Cheguei cedo, e as pessoas que estavam caminhando na praia já foram perguntando a que horas ia sair (o bloco). Enquanto Dimas e Ana Carolina arrumavam os últimos detalhes do desfile, que saiu cerca de duas horas e meia após o horário marcado para a concentração, as amigas Tawany Rodrgues, de 25 anos, e Anna Carolina Bendia, de 26, já estavam fantasiadas de gatinha e tigresa, esperando na mureta da Praia da Bica. Pela animação, o carnaval pra elas também já estava deixando saudade. – O carnaval tem poucos dias, e a gente tem que aproveitar o máximo, porque depois, só no ano que vem. Tem que ter pique – disse Tawany, que curtiu o carnaval de rua nos quatro dias e dividiu sua agenda de blocos entre a Ilha e a zona sul. "Nos [blocos] da Ilha, a gente se sente mais à vontade, porque fica mais perto de casa e dá para aproveitar mais e voltar em segurança. Em alguns lá de fora, que são megaconhecidos, a gente curtiu também." Para a dupla, o carnaval só termina no próximo domingo, com o desfile do Monobloco, no centro do Rio. Para evitar repetir as fantasias, a estratégia de Tawany e Anna Carolina foi escolher pequenos acessórios temáticos, como os arcos de cabelo com orelhas de felino que usavam hoje enquanto esperavam. "A gente não descansa, não. Enquanto não começa, a gente já vai bebendo", brincou Tawany. A maior parte dos foliões, no entanto, demorou a chegar, o que preocupava Ivanilda Quirino, de 49 anos, e Milton Ferreira, de 58 anos. Cozinheira e encarregado de manutenção em uma escola pública na Praia da Bica, eles aproveitaram o carnaval deste ano para conseguir uma renda extra vendendo bebidas nos blocos da zona sul da cidade. Como não havia grandes blocos na cidade, o casal levou a filha de 11 anos para se divertir por ser mais tranquilo vender e tomar conta dela ao mesmo tempo. "Aqui é mais tranquilo. Levar pra lá, sem condições, em um bloco com 30 mil pessoas. Nós ralamos muito, mas valeu a pena", afirmou Ivanilda.
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