O dólar futuro, que havia reduzido as perdas após o fechamento do mercado à vista na sessão passada recuava cerca de 0,03%
Por Redação, com Reuters - de São Paulo:
O dólar subia e voltava ao patamar de R$ 3,60 nesta quinta-feira, em meio a sinais mistos sobre a governabilidade do presidente interino Michel Temer e as perspectivas para o ajuste fiscal no Brasil, além do cenário externo com quedas nos preços do petróleo.
Às 10:30, o dólar avançava 0,52%, a R$ 3,6065 na venda, após subir a R$ 3,6080 na máxima da sessão.
O dólarfuturo, que havia reduzido as perdas após o fechamento do mercado à vista na sessão passada em meio a preocupações com o cenário político brasileiro, recuava cerca de 0,03%.
Com o apoio do governo, a Câmara dos Deputados aprovou nesta madrugada reajustes salariais de diversas categorias do setor público, medida que terá impacto bilionário no Orçamento.
- (A medida) vai na contramão do ajuste fiscal, mas pode contar pontos na questão da governabilidade. No líquido, o resultado pode não ser de todo negativo - disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa, referindo-se à possibilidade de o governo interino ter conquistado mais apoio político com a aprovação da medida.
Só a proposta que reajusta salários de servidores do Judiciário tem impacto orçamentário para 2016 de R$ 1,160 bilhão, de acordo com a Agência Câmara Notícias.
Por outro lado, a Câmara também aprovou em primeiro turno a recriação de 2016 a 2023 da Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo usar livremente 30% de todos os impostos e contribuições sociais e econômicas federais.
O projeto ainda precisa passar ainda por um segundo turno na Casa antes de ser enviada ao Senado para mais uma votação em dois turnos. Ainda assim, operadores encararam a aprovação como mais um sinal de apoio ao governo no Legislativo.
Muitos operadores vêm expressando preocupação com a possibilidade de Temer enfrentar dificuldades para angariar apoio a medidas de austeridade fiscal no Congresso, especialmente após escândalos ligados à operação Lava Jato levarem a queda de dois de seus ministros em uma semana.
Pesquisa da Reuters mostrou que a incerteza política no Brasil deve ajudar a levar o dólar a R$ 3,82 daqui a 12 meses. A perspectiva de aumentos de juros nos Estados Unidos também deve pesar sobre a moeda, já que tende a atrair para o mercado norte-americano recursos atualmente aplicados aqui.
- Neste momento, a crise política é o tema mais importante para qualquer investidor no Brasil - resumiu o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção cambial para esta sessão, mantendo-se ausente do mercado pela segunda sessão seguida.
Nesta sessão, a queda dos preços do petróleo também pesava sobre a moeda norte-americana, que ampliou os ganhos frente ao real ao longo da manhã. A Reuters noticiou que a Opep definiu que não mudará sua política nem estabelecerá um limite de produção, levando a commodity a recuar mais de US$ 1 por barril.
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