Segundo o decano, Moraes assumiu uma posição de destaque em razão do contexto histórico e das demandas judiciais surgidas desde 2019, com o inquérito das ‘Fake News’.
Por Redação – de Brasília
Diante de um ambiente tóxico promovido pelas forças neofascistas em atuação, no país, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes saiu em defesa, nesta quinta-feira, da atuação do colega Alexandre de Moraes. Em uma entrevista exclusiva ao jornalista Guilherme Amado, o magistrado destaca o papel de Moraes nas investigações que ajudaram a preservar a democracia brasileira, em tempos turbulentos.
Segundo o decano, Moraes assumiu uma posição de destaque em razão do contexto histórico e das demandas judiciais surgidas desde 2019, com o inquérito das ‘Fake News’.
— O gabinete do ódio, todas aquelas práticas que se revelavam, tudo isso fez de Alexandre, obviamente, uma figura central. Alexandre foi a pessoa certa, no lugar certo, no momento certo, inclusive no TSE — disse.
Autonomia
Gilmar Mendes também enfatizou o papel do STF em momentos cruciais da história recente, como durante a pandemia de covid-19. E lembrou que foi o Tribunal que garantiu autonomia para Estados e municípios atuarem de forma independente, mesmo diante do negacionismo do governo Jair Bolsonaro (PL). Segundo o ministro, essas decisões foram fundamentais para salvar vidas.
Apesar das críticas direcionadas ao Supremo, Mendes sublinhou que a transparência nas decisões e a realização de sessões públicas são marcos da instituição. No entanto, ele reconheceu que a Corte enfrenta desafios de comunicação, uma vez que os seus críticos costumam ser mais vocais do que os apoiadores.
— Talvez os nossos apoiadores sejam silenciosos e os nossos críticos e adversários sejam bastante vocais — avaliou.
Discussões
Outro tema abordado foi o Fórum de Lisboa, promovido anualmente em Portugal com a participação de políticos, ministros e empresários. O acontecimento, que tem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) entre os organizadores, é alvo de críticas por supostamente facilitar lobbies e encontros informais entre figuras públicas e privadas. Sobre o apelido ‘Gilmarpalooza’, o ministro leva na esportiva.
— Me aconselharam a registrar a marca — brincou.
Para Gilmar, o fórum em Lisboa permite discussões mais concentradas e produtivas, longe das pressões do ambiente político de Brasília. Este ano, o evento terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que abrirá os debates.