Advogados do ex-presidente entram com pedido no Superior Tribunal de Justiça para que petista possa cumprir restante da pena em casa. Solicitação é feita em embargos do julgamento sobre caso do tríplex no Guarujá.
Por Redação, com DW - de Brasília
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o petista passe a cumprir o restante de sua pena em regime aberto, quando o preso pode sair durante o dia, mas deve retornar a sua residência no período da noite. Os advogados de Lula protocolaram o pedido na noite de sexta-feira nos embargos de declaração do julgamento da Quinta Turma do STJ que manteve a condenação do ex-presidente no caso do tríplex no Guarujá, mas reduziu um quarto da pena. Esse tipo de recurso busca esclarecimentos de contradições, mas não muda a decisão. Além do pedido para Lula cumprir pena em casa, a defesa solicitou ainda a revisão de pontos da decisão O julgamento do mês passado abriu a possibilidade de que o petista venha a progredir para o regime semiaberto (quando o preso pode deixar a prisão durante o dia) já neste ano, após cumprir um ano e meio de prisão. Para solicitar a mudança, no pedido, a defesa de Lula argumentou que a revisão da pena possibilitou que o ex-presidente passe para o regime semiaberto, no entanto, não haveria "estabelecimento compatível" para o cumprimento desta decisão, por isso, pede a migração automática para o regime aberto. O advogado de Lula Cristiano Zanin disse à Folha de S.Paulo que o pedido de migração do regime é subsidiário e destacou que o embargo visa a anulação do processo e absolvição de Lula. – Estamos mostrando diversas omissões, contradições e obscuridades (no acórdão) e pedindo que elas sejam corrigidas. Para que as teses defensivas, notadamente aquelas que buscam a absolvição, sejam acolhidas. O foco central do recurso é corrigir esses erros, para que o tribunal possa absolver o ex-presidente – ressaltou Zanin ao jornal. Em 23 de abril, o STJ reduziu a pena de Lula de 12 anos e um mês de prisão para 8 anos, 10 meses e 20 dias. A redução permitiu a progressão para o regime semiaberto já a partir de setembro. Essa possibilidade, no entanto, vai depender de que o petista não acumule novas condenações na segunda instância e do pagamento da multa devida no caso do tríplex. Lula é réu em oito ações penais. Já a multa fixada pelo STJ hoje no caso do tríplex é de 2,4 milhões de reais - equivalente ao valor do apartamento.