Rio de Janeiro, 21 de Março de 2025

China concorda em conversar com EUA sobre novo acordo comercial

Sobre a cobrança por Trump de um acordo mais "justo", que reduza o déficit comercial norte-americano que ele chama de "ridículo", a porta-voz afirmou que "a China nunca buscou deliberadamente um superávit comercial com os EUA”.

Sábado, 25 de Janeiro de 2025 às 17:32, por: CdB

Sobre a cobrança por Trump de um acordo mais “justo”, que reduza o déficit comercial norte-americano que ele chama de “ridículo”, a porta-voz afirmou que “a China nunca buscou deliberadamente um superávit comercial com os EUA”.

Por Redação, com Xinhua – de Pequim

Questionada sobre o desejo declarado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de alcançar um novo acordo comercial com a China, a porta-voz do ministério do exterior, Mao Ning, respondeu positivamente. Ela falou aos jornalistas, em coletiva realizada na tarde anterior.

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A representante chinesa, Mao Ning, descartou os argumentos de Trump para uma guerra comercial

— Apesar das diferenças, os dois países têm enormes interesses comuns e espaço para cooperação — afirmou.

Sobre a cobrança por Trump de um acordo mais “justo”, que reduza o déficit comercial norte-americano que ele chama de “ridículo”, a porta-voz afirmou que “a China nunca buscou deliberadamente um superávit comercial com os EUA”.

 

‘Amigável’

Em entrevista na noite passada, Trump disse ser possível chegar a um acordo comercial com a China, mencionando uma “conversa amigável” com o líder do regime, Xi Jinping, na última sexta-feira.

A declaração fez o dólar desabar pelo mundo, chegando ao menor patamar em um mês na comparação com moedas de outros países. Isso porque, desde sua campanha presidencial, Trump tem falado em aumentar a tarifa sobre importações chinesas. A menção a um acordo como alternativa às tarifas provocou uma reação positiva dos mercados financeiros.

Pelo mundo, o índice do dólar caiu 0,5%. No Brasil, a moeda desceu para R$ 5,88 no fim desta manhã.

 

Equilíbrio

Na última terça-feira, o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang já havia declarado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que seu país não queria um superávit comercial.

— Nós queremos importar mais para promover um comércio equilibrado — afirmou.

Sobre a nova ameaça de Trump de elevar tarifas, que ele descreveu como “um poder muito grande sobre a China” que os EUA podem usar, Mao Ning comentou que “guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores e não são do interesse de ninguém”.

 

Relações

Também questionado sobre as menções a tarifas pelo presidente norte-americano, o Ministério do Comércio da China acrescentou que “a China está disposta a trabalhar com os EUA para promover o desenvolvimento estável, saudável e sustentável das relações comerciais”.

Para além das reações de autoridades, o conhecido jornalista e influenciador de mídia social chinesa Hu Xijin comentou em vídeo no Weibo, com ironia, que “o tom de Trump mudou drasticamente” e ele deu “o ultimato mais suave da história”.

Já um especialista em relações internacionais da Universidade Renmin, Jin Canrong, aconselhou, também em vídeo no Weibo que a China não deve baixar a guarda.

— Trump ainda considera a China como um rival estratégico — concluiu.

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