A instabilidade meteorológica no Estado é provocada por uma frente fria, que mantém a previsão de chuvas intensas até esta segunda-feira, com risco de deslizamentos e alagamentos em diversas áreas.

Além do novo apagão que chegou a afetar mais de 100 mil residências na noite de quinta-feira, as operações em aeroportos também foram afetadas pelas chuvas.

As chuvas torrenciais durante a noite inundaram as barracas e, em alguns lugares, levaram embora abrigos de plástico e tecido usados pelos deslocados de Gaza, a maioria arrancada de onde estava durante o conflito entre Israel e os militantes do Hamas.

Vários pontos da Avenida Rondon Pacheco foram danificados, diversos carros foram arrastados pela enxurrada, houve a queda de um muro e pequenos deslizamentos. A situação, no momento, está sob controle.

A Defesa Civil encaminhou também, na manhã desta quinta-feira, ajuda humanitária para as famílias afetadas, com kits de materiais de higiene pessoal e limpeza, entre outros.

O desastre foi causado por um fenômeno conhecido como Depressão Isolada em Níveis Altos (Dana), que acontece quando uma massa de ar gelado cai sobre outra de ar quente, produzindo chuvas intensas.

Chuvas torrenciais e ventos fortes causam estragos no sul e leste do país. Aulas foram canceladas e transporte ferroviário foi interrompido.

O abastecimento da maior parte dos 645 municípios em São Paulo (375 em dados atualizados) é atendida pela Sabesp, empresa de saneamento privatizada esse ano.

De acordo com o governo estadual, equipes da Defesa Civil estarão ainda dentro do centro de operações de concessionárias de energia elétrica.

Em nota, a Aneel informou que acompanha presencialmente o caso em São Paulo e cobrou justificativas da Enel pelas falhas na prestação do serviço.

Segundo a Defesa Civil estadual, a queda de uma árvore numa feira no interior de um condomínio da rua Professora Nina Stocco, 596, no bairro Campo Limpo, causou a morte de uma pessoa na capital paulista.

Do último final de semana até esta segunda-feira, centenas de turistas tiveram que ser evacuados da cidade nas encostas da montanha Gran Paradiso por helicóptero, pois a estrada que liga a região foi bloqueada.

As condições climáticas ocorrem devido ao deslocamento da frente fria pelo estado gaúcho. Ainda de acordo com o instituto, a massa de ar frio e seco desloca a instabilidade para o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná durante a segunda-feira.

O Inmet alerta a população para que não se abrigue embaixo de árvores, nem estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda; e evite o uso de aparelhos eletrônicos ligados à tomada.

De acordo com o Inmet, há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. As áreas afetadas incluem o sudoeste rio-grandense.

Ao menos 654,19 mil gaúchos ainda estão fora das residências, sendo 581.633 desalojados, aqueles que tiveram de sair de seus lares e estão acolhidos em casas de familiares, amigos ou conhecidos, e outras 72.561 pessoas estão morando temporariamente em um dos 839 abrigos cadastrados.

Cidade mais atingida, Rio do Sul, no Vale do Itajaí, registrava 483 desabrigados até ontem. No município, o nível do Rio Itajaí Açu atingiu 8,97 metros de profundidade, chegando a transbordar e causar enchentes em alguns bairros.

A onda de mau tempo atingiu duramente as regiões do Vêneto e Lombardia, com Milão sendo a cidade mais afetada com as chuvas mais fortes em 170 anos e diversas inundações devido ao transbordamento de ao menos três rios.

O governo orienta os atingidos a verificarem se os nomes de pessoas com o óbito confirmado constam na lista de 104 desaparecidos disponível no site do órgão. Caso conste da lista, a pessoa deve procurar uma delegacia da Polícia Civil para regularizar os dados, com a retirada do nome da lista de desaparecidos. 

Ao todo, 143 pessoas já perderam a vida pelos temporais, segundo o balanço emitido pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul neste domingo. Há mais de 800 feridos e 125 desaparecidos. A tragédia afeta mais de 2 milhões de pessoas.