Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

IBGE constata que exportação está mais importante para indústria

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Segunda, 26 de Junho de 2006 às 07:29, por: CdB

A Pesquisa Industrial Anual (PIA 2004), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, IBGE, nesta segunda-feira, mostra que as empresas industriais ampliaram de modo significativo a participação das exportações no total de seu faturamento entre 1996 e 2004, de 10,8% (38,8 bilhões de reais) para 20,4% (239,5 bilhões de reais). Dos 95 segmentos analisados, 85 ampliam sua receita proveniente das exportações, como proporção das vendas totais, isto é, expandem seu coeficiente de exportação. Este movimento também foi verificado nos três portes de empresa (pequena, média e grande).

A análise cria uma tipologia de agregação de setores em quatro categorias industriais (alta, média-alta, média-baixa e baixa), de acordo com o seu grau de abertura às exportações. O cruzamento de informações do cadastro de exportadores com as levantadas pela PIA, constata que as exportações realizadas pelas empresas da amostra da PIA, respondem por mais de 95% das exportações industriais totais, nos três anos considerados (1996, 2000 e 2004).

O grupo de alta intensidade exportadora concentrou, em todos os anos analisados, o maior percentual do total exportado, variando de 54,0% em 1996 para 60,9% em 2004. Assim, como observado nas exportações, também é possível verificar que o setor de alta abertura às exportações amplia sua participação no valor da transformação industrial entre 1996 e 2004, de 17,0% para 28,8%, o mesmo ocorrendo em relação às variáveis pessoal ocupado (de 17,2% para 20,7%), salário total (de 16,1% para 22,7%) e receita (de 17,5% para 30,8%).

Este ganho de participação está associado não só ao avanço nos doze segmentos industriais que durante o período em análise permaneceram como de alta abertura, mas principalmente à entrada de três novos setores nesta categoria: automóveis, camionetas e utilitários; caminhões e ônibus; e abate e preparação de carne e de pescado.

As indústrias de média-alta abertura às exportações apresentam aumento de participação entre 1996 e 2000 em todas as variáveis. Contudo, observam-se perdas relativamente importantes em 2004, principalmente, no total das exportações (que passa de 30,2%, em 2000, para 8,1% em 2004), seguido pelo valor da transformação (de 19,9% para 7,1%), receita (de 24,5% para 6,7%) e salário total (de 23,4% para 10,1%). Este movimento é explicado pela migração de ramos industriais com relativa importância para outras categorias. Por conta disto, este é o grupo que apresenta o menor número de setores integrantes em 2004. Vale ressaltar que, dada a maior mobilidade observada neste grupamento, somente duas atividades (motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão; e máquinas-ferramenta) são comuns nos anos analisados e representaram cerca de 1,8% na estrutura das exportações em 2004 e 1,6% no valor da transformação neste mesmo ano.

Já os grupos de baixa e de média-baixa intensidade exportadora, apesar de juntos concentrarem o maior percentual no número de empresas exportadoras (cerca de 66%), detêm 31% do total exportado. Contudo, estes dois grupos concentram os principais percentuais na receita, valor da transformação, pessoal ocupado e salários, embora com perda de participação entre 1996 e 2004 nas três primeiras variáveis.

Entre os segmentos industriais, 12 permaneceram nos três anos de análise entre os de alta abertura às exportações: indústria extrativa; conservas de frutas, legumes e outros vegetais; óleos e gorduras vegetais e animais; produtos do fumo; curtimento e outras preparações de couro; madeira; celulose e outras pastas para a fabricação de papel; ferro gusa, ferroligas e siderurgia; metalurgia de metais não-ferrosos; máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção; fabricação de armas, munições e equipamentos militares; e aeronaves. Em 2004, estes segmentos responderam por cerca de 40% do total exportado e por 20,0% do valor da transformação.

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