Deflagrada em Copacabana no fim do ano passado para manter a ordem e garantir um verão tranquilo para cariocas e visitantes nesse bairro, a Operação Verão vem obtendo bons resultados, segundo o delegado Álvaro Lins, chefe da Polícia Civil. Em dezembro, mais de cem pessoas foram presas, entre maiores e adolescentes.
- Essas pessoas foram detidas, conduzidas à delegacia, autuadas e retiradas de circulação no bairro. Agora no início de janeiro, em um só dia, foram seis pessoas presas também na Praia de Copacabana, duas por tráfico e quatro por uso de entorpecentes, e mais de 100 veículos foram apreendidos no bairro. Copacabana foi escolhida para esse projeto-piloto por receber quase 80% dos turistas que chegam ao Rio. Precisávamos dar uma imagem positiva da cidade e um tratamento ideal na área de segurança - explicou Lins.
O chefe da Polícia Civil comentou a atuação da polícia no ano passado, quando muitos bandidos foram presos.
- Em 2005, estabelecemos metas para a Polícia Civil. No início do ano, reunimos todos os delegados titulares e atribuímos a cada um uma missão. A polícia iria deixar de ter aquela ação meramente reativa e ia ser pró-ativa, cumprindo metas. Alguns tinham a missão de prender um grande líder do tráfico de drogas, outros tinham a missão de desbaratar uma quadrilha de roubo de cargas ou de falsificação de produtos. Cada um teria uma missão diferente. Conseguimos colher os frutos dessa orientação ao longo do ano e colocamos muita gente na cadeia ou vários morreram porque enfrentaram a polícia - disse.
Segundo Lins, a polícia prendeu um dos maiores bandidos do estado e do Brasil, Robinho Pinga, um dos maiores fornecedores de munição e armas para o Rio de Janeiro, e Sassá, chefe do tráfico no Complexo da Maré. Outros, como Bem-te-vi, chefe do tráfico da Rocinha, foi morto por resistir à prisão, assim como Pedro Dom, assaltante de residências.
- Todas essas pessoas foram retirados de circulação. Isso mostra que a polícia hoje trabalha com inteligência, não há bandido que não tenhamos condições de prender. Em todas essas prisões tivemos cautela para evitar expor a população a risco. Fizemos também operação fora do Rio: Robinho Pinga foi preso em São Paulo - ressaltou.
Lins também destacou o trabalho da Deat (Delegacia de Atendimento ao Turista), que dá um tratamento diferente a quem visita o Rio, especialmente os estrangeiros, vítimas de crime.
- Ricardo Andreiolo ficou quase um ano na França se especializando e retornou recentemente, reassumindo a delegacia. A delegacia foi transformada recentemente em Delegacia Legal, o que facilita o trabalho de atendimento ao turista não só em Copacabana, mas em qualquer lugar do Rio. Búzios, por exemplo, é uma das cidades de maior índice de visitação de turistas. Também em Parati já temos uma pequena orientação de atendimento aos turistas - detalhou.
O chefe de Polícia Civil informou que o maior número de ocorrências registradas hoje no Estado do Rio é feito dentro das 87 Delegacia Legais implantadas.
- Qual a grande vantagem da Delegacia Legal? Primeiro, um ambiente decente de trabalho para os policiais e para o público. Segundo, não há carceragens na Delegacia Legal, aqueles 100, 200 presos que existiam no Leblon, na Tijuca, em Campo Grande, em Bangu, isso acabou. Terceiro lugar, todo o sistema é informatizado. Uma ocorrência registrada agora em qualquer Delegacia Legal pode ser vista, pesquisada por outra em outro ponto do estado - explicou.