A taxa de aprovação do primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, despencou de 42% para 28% em apenas um mês. Esta é uma das maiores quedas já registradas, segundo pesquisa do instituto BVA, a ser publicada nesta quinta-feira pelo semanário L'Express. Villepin tinha 48% de aprovação em janeiro. Perdeu seis pontos na pesquisa de fevereiro e 14 na última rodada.
A divulgação da pesquisa coincide com a presença de centenas de milhares de franceses nas ruas para protestarem contra uma lei trabalhista para jovens apresentada por Villepin ao Parlamento. "Com apenas 28 por cento de boas opiniões, a queda registrada por Dominique de Villepin é de um tamanho raramente visto desde que o BVA começou a medir a popularidade de primeiros-ministros [em junho de 1981", disse o diretor do instituto, Jerôme Sainte-Marie, em nota. A pesquisa foi feita entre 30 de março e 1o de abril, com uma amostragem pouco superior a mil pessoas.
A queda de Villepin foi especialmente acentuada (26 pontos) entre jovens de 18 a 24 anos e entre assalariados do setor privado. Entre os autônomos, a popularidade de Villepin subiu sete pontos. Villepin terminou 2005 com aprovação satisfatória e apoio de eleitores de centro e centro-esquerda, que agora parecem tê-lo abandonado. A pesquisa mostra que o apoio ao governo caiu entre eleitores do Partido Socialista (22 pontos), do Partido Verde (21) e do centrista UDF (15). O mais preocupante para ele, porém, é a redução de 11 pontos percentuais no nível de apoio entre eleitores do governista União por um Movimento Popular (UMP, centro-direita). Villepin não esconde seu desejo de ser o candidato do partido nas eleições presidenciais de 2007.
A popularidade do presidente Jacques Chirac, porém, caiu apenas três pontos percentuais, ficando em 36%, na pesquisa BVA. O instituto não consultou os entrevistados sobre o ministro do Interior, Nicholas Sarkozy, rival de Villepin na disputa pela candidatura governista em 2007. Outro levantamento, divulgado no fim-de-semana, mostrou que ele tinha aprovação de 48 por cento, aumento de quatro pontos em relação ao mês anterior.