Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Venezuela condena mercenários

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Terça, 11 de Maio de 2004 às 23:36, por: CdB

As condenações à presença de mercenários colombianos na Venezuela continuaram hoje enquanto o governo anunciou 'surpresas' na investigação do caso que serão divulgadas muito em breve.

Setores radicais da Coordenadora Democrática foram responsabilizados do caso pelo governo, mas um dos líderes dessa coalizão opositora, o democrata-cristão Enrique Mendoza, condenou hoje a presença dos supostos paramilitares colombianos.

O Centro Carter dos EUA também emitiu uma nota condenando 'energicamente' a presença na Venezuela 'de um grupo numeroso de mercenários estrangeiros que estaria disposto a iniciar ações criminosas e violentas contra alvos militares e políticos'.

O ministro do Interior e Justiça, Lucas Rincón, afirmou que muito em breve serão oferecidos detalhes sobre as investigações abertas desde que os colombianos, com uniformes de combate do exército venezuelano, foram descobertos no último domingo.

O diretor da polícia de segurança do Estado, Miguel Rodríguez, assegurou que as investigações confirmaram a existência de um plano 'destinado a provocar uma rebelião militar e em última instância eliminar o presidente Hugo Chávez'.

Antes das revelações que serão feitas nos próximos dias, o ministro da Defesa, general na chefia Jorge García, adiantou que os planos dos supostos golpistas incluíam o assassinato não só de personalidades do governo como também de destacados opositores.

O deputado governista Nicolás Maduro afirmou que na lista de estão, além de membros do governo e dos partidos que o apóiam, o líder da Coordenadora, Enrique Mendoza, e o dirigente do partido Primeira Justiça, Gerardo Blyde.

Até agora foram detidos 89 uniformizados e as autoridades presumem que outros 40 estão foragidos por várias regiões do país, tentando chegar à Colômbia.

Rincón destacou que o principal neste momento não é deter os 'terroristas' que fogem, mas desmascarar os autores intelectuais destes planos e seus financiadores.

A embaixadora da Colômbia na Venezuela, Mariangela Holguín, reiterou a vontade de seu governo de cooperar com Venezuela na luta antiterrorista e pediu para não culpar seu país pela presença dos paramilitares em Caracas.

Holguín se reuniu na última terça-feira com o vice-presidente venezuelano, Jose Vicente Rangel.
O dono do sítio onde estava o acampamento dos mercenários colombianos, o cubano-venezuelano Robert Alonso, disse não saber nada do assunto, mas foi um dos promotores dos atos de protestos em Caracas entre os dias 27 de fevereiro e 3 de março, nos quais morreram dez pessoas.

As autoridades venezuelanas reiteraram hoje que a conspiração desarticulada faz parte de um plano no qual intervêm setores da extrema direita da Colômbia, Venezuela e e cubanos anticastristas residentes em Miami (EUA).

Por outro lado, a polícia continua buscando o armamento que os paramilitares utilizariam e disse que tinha 'indícios' de onde poderiam estar.

A justiça militar expediu dez ordens de captura contra outros militares, a maioria da reserva, por sua ligação com o caso.

O problema dos paramilitares foi completado pela detenção do prefeito do município de Baruta, o opositor Enrique Capriles, por acusações relacionadas à invasão à embaixada de Cuba durante o golpe de Estado que, em 11 de abril de 2002, tentou derrubar o presidente Chávez.

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