Rio de Janeiro, 10 de Dezembro de 2025

Veneno de serpentes pode salvar medicina contemporânea

Uma pesquisa da Universidade de Queensland australiana afirma que os animais poderiam dar uma resposta às preocupações crescentes sobre a resistência

Segunda, 19 de Março de 2018 às 10:59, por: CdB

Um composto encontrado no veneno da cobra cascavel tem o potencial para substituir os antibióticos convencionais, assegura um novo estudo

Por Redação, com Sputnik - de Moscou:

Uma pesquisa da Universidade de Queensland australiana afirma que os animais poderiam dar uma resposta às preocupações crescentes sobre a resistência aos antibióticos e a escassez de novos remédios, comunica a edição Daily Mail.

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Um composto encontrado no veneno da cobra cascavel tem o potencial para substituir os antibióticos convencionais, assegura um novo estudo

Os investigadores explicaram como o veneno funciona sem prejudicar as células sãs em um relatório publicado na edição Journal of Biological Chemistry.

O respectivo documento sugere que o composto descoberto no veneno da cascavel poderia potencialmente substituir alguns tipos de antibióticos. De fato, já faz muito que os cientistas têm manifestado sua preocupação com a escassez de remédios; e a crescente resistência das bactérias a eles.

Assim, a combinação dos dois problemas provoca preocupação sobre aquilo; que sucederá quando os humanos já não puderem contar com a medicina tradicional.

– Este é um exemplo sobre como tomar aquilo que a natureza nos deu e tentar entender como isso funciona para; que o possamos modificar em algo mais potente, mais estável e mais ou mais parecido com um remédio; para usar como alternativa àquilo; que temos na nossa farmácia hoje em dia – disse a Doutora Sónia Troeira Henriques, investigadora portuguesa da Universidade de Queensland.

O novo relatório explica que o composto no veneno elimina as estirpes de bactérias.

Relatório

De acordo com o relatório, o fragmento de peptídeo atinge a superfície da bactéria através de atrações eletroestáticas provocadas pelas diferenças nas características da membrana.

Para mais, a especialista explicou que o peptídeo é positivo, enquanto a bactéria é negativa, o que permite matar a bactéria penetrando e desfazendo a membrana.

– Como as células [sãs] no corpo infectado são neutras, elas não se desfazem – acrescentou.

Cientistas de todo o mundo, inclusive de Portugal, Espanha e Brasil, colaboraram com a Universidade de Queensland no âmbito do novo estudo.

A partir de hoje, a equipe de pesquisadores vai tentar explorar mais peptídeos que podem ser achados na natureza e potencialmente usados para combater doenças, especialmente no que se trata do câncer de mama e melanoma.

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