USP passará usar o Enem para preenchimento das vagas na instituição
Parte das unidades da Universidade de São Paulo (USP) passará a usar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como alternativa ao seu vestibular, para preenchimento das vagas para estudantes ingressantes na instituição.
Das 11.057 vagas dos cursos da USP para 2016, 225 estão reservadas para alunos PPI selecionados pelo Sisu
Parte das unidades da Universidade de São Paulo (USP) passará a usar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como alternativa ao seu vestibular, para preenchimento das vagas para estudantes ingressantes na instituição. A medida, aprovada pelo conselho universitário, passa a valer já para a seleção de alunos das turmas de 2016. As unidades que adotarão a medida reservarão 13,5% das vagas para ser preenchidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, que leva em conta as notas obtidas pelos alunos no Enem.
As faculdades de Medicina e de Economia e Administração e a Politécnica estão entre as unidades que não adotaram o novo modelo de ingresso com base no Enem. Também não vão adotar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a Escola de Engenharia de São Carlos, o Instituto de Física (SP), o Instituto de Química de São Carlos, a Faculdade de Odontologia (SP). Além dessas, a Escola de Comunicações e Artes (ECA), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e o Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU) não vão aderir ao Sisu.
Como o sistema do Ministério da Educação apresenta a classificação dos candidatos a partir de critérios diferentes, como AC (ampla concorrência), EP (candidatos que, independentemente de renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas), e PPI (candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas), as unidades da USP decidiram usar o mesmo critério para cada forma de classificação.
O critério EP será aplicado pela maior parte dos cursos. Outra parte decidiu usar o AC e uma minoria pelo critério PPI. Apesar de 14 cursos usar o PPI, um número considerado pequeno, é a primeira vez que a USP utilizará uma seleção baseada no critério racial.
- É um começo, eu acho que para quem não tinha nenhuma, é bastante. Na visão daqueles que têm uma expectativa de uma oferta muito mais ampla, ainda é pouco, de tal maneira que é sempre assim na universidade, foi assim aqui no conselho, alguns consideraram as medidas insuficientes e outros consideraram bastante avançadas - disse o reitor da USP, Marco Antônio Zago.
A diretora do Diretório-Geral dos Estudantes (DCE) , Marcela Carbone, criticou a decisão do Conselho Universitário e reivindicou adoção de cotas raciais na mesma proporção que pretos, pardos e indígenas estão representados na população.
- Colocaram essa proposta de hoje como uma forma de desviar, de fazer a gente não discutir cotas raciais aqui na USP. A gente ficou bastante indignada. A maior parte das unidades que contemplam os PPI está com os campi mais precarizados dentro da universidade. Mais uma vez, os negros ficaram com o polo mais precarizado - disse.
Das 11.057 vagas dos cursos da USP para 2016, 225 estão reservadas para alunos PPI selecionados pelo Sisu. A forma como cada a faculdade vai selecionar seus calouros pode ser acessada no endereço http://www.usp.br/imprensa/wp-content/uploads/Cursos_Sisu_USP.pdf.
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