Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) estão concluindo um relatório que será apresentado em março à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). A UERJ busca na Faperj financiamento para uma pesquisa sobre redução dos índices de criminalidade no Rio, que pretende realizar junto com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Segundo a sub-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UERJ, Albanita Viana de Oliveira, a universidade e vai firmar convênio com a secretaria para que seus pesquisadores possam trabalhar junto com profissionais da inteligência da Academia de Polícia. Para isso, disse ela, o financiamento não é necessário, porque já existem pesquisas de lado a lado. "É só uma forma de trabalhar mais próximo", disse a sub-reitora.
Quanto ao aporte financeiro da Faperj para desdobramento de algumas idéias que podem ser aplicadas, ainda não foi definido. Segundo Albanita, "são desdobramentos de projetos que estão em curso, mas que podem abrir outras frentes de trabalho".
Os projetos serão desenvolvidos em três áreas: violência íntima e familiar; polícia, que tratará da seleção, treinamento e condições de trabalho dos policiais; e homicídios e agressão, que fará o georeferenciamento criminal e o cálculo de anos de vida perdidos. Os focos da pesquisa foram definidos durante seminário sobre violência, realizado neste mês pela UERJ e pelo governo fluminense.
Cerca de 100 pesquisadores da universidade participarão do estudo. Albanita Oliveira informou que a metodologia do trabalho é inédita para a universidade. "Juntar esforços é um fato novo", afirmou, que está confiante no êxito da iniciativa. Falta ainda traçar as estratégias conjuntas, elaborar as propostas que serão apresentadas para pleitear o financiamento junto à Faperj.
De acordo com Albanita, a pesquisa deverá orientar o governo do estado no planejamento de ações de prevenção da violência. Na pesquisa, a questão das drogas, incluindo o álcool, não será tratada como temática, mas como potencializadora de desvios de comportamento, explicou Albanita. A pesquisa terá início quando forem liberados os recursos da Faperj, o que deve ocorrer ainda no primeiro semestre, disse ela.