Presidente dos tucanos concorda que é incoerência permanecer no governo e recorrer da decisão do TSE que absolveu Temer
Por Redação - de Brasília
Senador e presidente interino do PSDB, o empresário Tasso Jereissati (CE) não acredita em uma revoada dos tucanos após a decisão de permanecer no apoio ao governo do presidente de facto, Michel Temer. A Comissão Executiva Nacional do partido reuniu-se, na noite passada.
— O partido ficou unido, todos se comprometeram a seguir a orientação. Não acredito em debandada, a decisão foi ponderada. Nenhum deputado durante a reunião falou de sair do partido. Todos os dias vamos observar os acontecimentos — afirmou.
Jereissati disse a jornalistas que concorda com as críticas de incoerência ao permanecer no governo e, simultaneamente, recorrer da decisão do TSE que absolveu Michel Temer, como o partido pretende. A decisão foi defendida pelo senador cearense.
— Com certeza existe incoerência nisso, mas é uma incoerência em que a história nos colocou — desconversa.
Aécio no STF
Nesta terça-feira, a situação jurídica do antecessor de Jereissati, senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), será alvo de avaliação no Supremo Tribunal Federal (STF). O colegiado se manifestará pela primeira vez nesta terça-feira, de forma conjunta, sobre a atuação de Aécio Neves nas acusações relativas ao depoimento de executivos do Grupo JBS.
A Primeira Turma do STF julgará o pedido de soltura de sua irmã Andrea Neves. Ela foi presa no dia 18 de maio pela Polícia Federal, com autorização do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte. A Operação Patmos, que prendeu Andrea, também prendeu Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, primo do senador.
O advogado de Andrea sustenta que o crime pelo qual ela é acusada é "passível de concessão de liberdade provisória mediante fiança". Andrea Neves teria pedido dinheiro ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, em nome do irmão.
Zerado nas pesquisas
A ação tem Marco Aurélio Mello como relator e julgará se Andrea poderá ser solta mediante o pagamento de fiança. A Primeira Turma tem o ministro como presidente e é composta ainda pelos ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
Na última sexta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reforçou ao Supremo seu pedido de prisão contra o senador tucano. Fachin não aceitou o pedido, mas pediu o afastamento do senador de suas funções no Congresso. O novo pedido não tem nada para ser julgado, mas deve entrar em breve na pauta Primeira Turma.
Aécio, que obteve 48,36% dos votos na eleição presidencial de 2014. Ele não aceitou a derrota contra Dilma Rousseff e iniciou o processo do golpe para tirá-la do poder. A decisão levou o país à maior crise econômica da história. Atualmente, tem menos de 1% nas pesquisas de intenção de voto.