O parceiro de Aécio Neves, conhecido como Oswaldinho, confessa às autoridades que participou do esquema de fraude das obras milionárias da Cidade Administrativa.
Por Redação - de Belo Horizonte e Brasília
Uma nova tempestade se forma no horizonte político das Alterosas. Tesoureiro informal do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), o ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) Oswaldo Borges da Costa Filho iniciou, nesta segunda-feira, uma série de depoimentos no âmbito do acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
O parceiro de Aécio Neves, conhecido como Oswaldinho, confessa às autoridades que participou do esquema de fraude das obras milionárias da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro. As obras ocorreram durante o governo de Aécio Neves.
O compromisso do ex-executivo das campanhas tucanas, no Estado, com os promotores do MPF é detalhar o esquema de cartel formado pelas empreiteiras que agiam em Minas Gerais. Investigações da Lava Jato apontam para a formação de um vultuoso caixa 2 a partir das obras contratadas.
Com a delação, Oswaldinho tenta reduzir seu tempo na prisão. Ele teria sido o responsável por gerenciar o fluxo de propinas nos contratos. O acerto, segundo adiantou aos promotores, era de 2,5% e 3% sobre o faturamento das construtoras.
Sem vergonha
O fato de Aécio Neves ter sido afastado do cargo e estar diante de uma pressão relevante para que renuncie à Presidência do PSDB não impede, porém, que ele transite com desenvoltura e sem nenhuma vergonha, no meio político da capital federal. Na noite de sábado, o presidente de facto, Michel Temer, o convidou para um jantar no Palácio do Jaburu.
Diante da revoada em curso junto à base parlamentar dos tucanos, que pode significar o fim do mandato do peemedebista, Aécio Neves ainda serve como intermediário junto a uma parcela cada vez menor do PSDB. Temer convidou, para a mesma mesa, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Maia declinou do convite. Ele colocará em votação, nesta quarta-feira, no Plenário da Câmara, o pedido de abertura do processo contra Temer.
Compareceram ao encontro os assessores Moreira Franco (Secretaria-Geral); Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Bruno Araujo (Cidades).
No cardápio constava a sugestão de Temer para que Aécio se recuse a deixar o comando do PSDB. Presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) defende o rompimento imediato da aliança com o governo e a substituição do senador mineiro.