Rio de Janeiro, 13 de Dezembro de 2025

<i>Terceira Via</i> resolve apoiar o governo

Depois de ver fracassar a tentativa de escolher um candidato alternativo à Câmara, os 16 deputados da Terceira Via - movimento parlamentar independente - já admitem votar em Aldo Rebelo ou Arlindo Chinaglia, caso concordem com uma série de pontos, escolhidos durante almoço em um hotel cinco estrelas de São Paulo. (Leia Mais)

Terça, 09 de Janeiro de 2007 às 12:19, por: CdB

Depois do fracasso na escolha de um candidato alternativo à Presidência da Câmara, o grupo de parlamentares, já conhecido como Terceira Via,  que se reuniu nesta segunda-feira, definiu que volta a se encontrar, semana que vem para avaliar novas opções. Entre elas, segundo observador, estaria o apoio de setores do PPS, PV, PSB, P-SOL, PSDB, PMDB e PTB ao candidato que se comprometer com "pontos programáticos relevantes", listados durante o almoço, na capital paulista, de mais de quatro horas. 

O grupo volta a se reunir na semana que vem. Enquanto isso, os concorrentes trabalham nos bastidores para ver aumentadas as chances de um apoio em bloco e formar a maioria necessária à vitória na eleição do dia 1º de fevereiro próximo.
Encontros e desencontros

Durante o encontro, em um hotel cinco estrelas da capital paulistana, o grupo de 16 parlamentares reunido no hotel havia descartado, inicialmente, a hipótese de apoiar qualquer candidato atual, seja Aldo Rebelo, atual presidente da Casa, ou Arlindo Chinaglia, líder do governo. O deputado Raul Jungman (PPS-PE) disse que "temos respeito pelo Aldo e Chinaglia, mas são ambos 'farinha do mesmo saco' ao não romper com a situação atual. Tanto é verdade que nem um nem outro, até agora, elaborou um programa para dizer a que veio". O próprio Jungman, no final do encontro, já admitia a possibilidade de votar nos atuais candidatos, caso se avançasse na questão programática definida no almoço.

Segundo o deputado Paulo Renato de Souza (PSDB-SP), ex-ministro da Educação de Fernando Henrique Cardoso e parlamentar recém-eleito, o grupo não quer fazer um movimento contra o governo, mas pela recuperação da imagem da Câmara.

Antes da reunião, representantes do grupo que se reuniram no hotel e distribuíram à imprensa um documento assinado pelo P-SOL detalhando oito pontos para a futura presidência da Câmara. Entre eles, o estabelecimento de uma pauta para votação de projetos emergenciais, especialmente a reforma política, e "fixação de critério definitivo para remuneração de parlamentares e a alta hierarquia dos outros poderes, sintonizado com a realidade salarial da maioria da população".

De acordo com o documento, o P-SOL defende um nome para a presidência da Câmara que reúna qualidades como "independência, experiência, capacidade de articulação política, ética inquestionável, bom transito nas bancadas e respeitabilidade quanto aos demais poderes".
Participam da reunião os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Raul Jungmann (PPS-PE), Luíza Erundina (PSB-SP), José Aníbal (PSDB-SP), Ricardo Izar (PTB-SP), Dimas Ramalho (PPS-SP), Raúl Henrique (PMDB-PE), Júlio Seneghini (PSDB-SP), Paulo Renato de Souza (PSDB-SP), Wanderley Macris (PSDB-SP), Gustavo Fruet (PSDB-PR), Silvio Torres (PSDB-SP), Chico Alencar (P-SOL-RJ), Raquel Teixeira (PSDB-GO), João Almeida (PSDB-BA), Edmar Moreira (PFL-MG).

Em Brasília, o líder do PT, deputado Henrique Fontana (PT-RS), voltou a defender uma candidatura única e deu dez dias para que seja observado o melhor quadro.

A eleição ocorrerá no início do ano legislativo, em 1º de fevereiro. O mandato é de dois anos. A principal atribuição do presidente da Câmara é definir a pauta de proposições a serem deliberadas pelo Plenário, mas ele também é responsável pela abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e processos de impedimento do presidente da República. Ele também é o terceiro no comando do país e assume a Presidência na ausência do presidente e do vice. Nenhum dos parlamentares que participou da discussão admitiu o lançamento de seus nomes como candidatos ou sugeriu alguém para o posto.

Fernando Gabeira (PV-RJ), que aparentemente liderava o grupo, descartou a sua candidatura por não se considerar popular entre setores da Câmara, e já admite que o novo presidente pode até sair da base governista.

- Precisamos restabelecer autonomia da Câmara, uma relação equilibrada ent

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