Durante o ato, os manifestantes gritaram “em Portugal e no Brasil, sempre em defesa dos valores de Abril”.Temer também foi chamado de golpista
Por Redação, com agências internacionais - de Lisboa
Com cartazes escritos “Fora Temer” e gritos de “golpista”, o presidente de facto, Michel Temer, foi vaiado por manifestantes na capital portuguesa. O protesto ocorreu na manhã desta terça-feira, quando Temer se deslocava do hotel para o velório do ex-presidente português, Mário Soares. Os manifestantes do Coletivo Andorinha e da Frente Democrática Brasileira de Lisboa, posicionaram-se em frente ao Hotel Ritz. A manifestação ocorreu por volta das 9 horas da manhã (horário local).
Durante o ato, os manifestantes gritaram “em Portugal e no Brasil, sempre em defesa dos valores de Abril”, uma alusão à Revolução de 25 de Abril. A data também é conhecida como a homenagem à Revolução dos Cravos. Trata-se do movimento revolucionário que deu origem à restauração da democracia, o fim da ditadura militar de cinco décadas no país europeu. Posteriormente, gerou a adoção de uma Constituição com orientação socialista.
Temer, golpista
Temer viajou no final da tarde de segunda-feira acompanhado do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes. Além de Mendes, a comitiva brasileira conta com a participação do chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha e do ex-presidente, José Sarney. O presidente imposto após o golpe de Estado, no Brasil, deixou o local onde se concentravam os manifestantes o quanto antes. Após a cerimônia, Temer voltou para o Brasil, permanecendo menos de 24 horas em solo português.
O corpo de Soares, do Mosteiro dos Jerônimos, onde foi velado, foi conduzido em um cortejo fúnebre por Lisboa. O féretro passou por lugares que integraram sua vida. Passou em frente à sede do Partido Socialista, do qual foi co-fundador. O enterro foi realizado, no Cemitério dos Prazeres, restrito aos familiares.
A decisão de Temer de participar do funeral ocorreu no último domingo. A viagem à Portugal levantou uma série de críticas na imprensa brasileira. Criticaram a falta de notícias sobre a ausência do peemedebista nas cidades onde aconteceram três chacinas em presídios. Após a cerimônia fúnebre de Mário Soares, Temer deixou Portugal sem falar com os repórteres.