Rio de Janeiro, 30 de Dezembro de 2025

Temer prevê traições em série e avalia riscos na CCJ

Uma derrota, logo na largada, levaria o Planalto a se preparar para que Temer seja afastado do cargo até o início de Agosto.

Sexta, 30 de Junho de 2017 às 11:27, por: CdB

Uma derrota, logo na largada, levaria o Planalto a se preparar para que Temer seja afastado do cargo até o início de Agosto.

 

Por Redação - de Brasília

 

A maioria dos parlamentares que integram a base aliada do presidente de facto, Michel Temer, está em polvorosa. A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), mantido o relator, ministro Edson Fachin, na condução dos processos da Operação Lava Jato, foi ampliada e agora caberá ao Plenário da Câmara votar, por mais de uma vez, contra a decisão de investigar Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures.

— O desgaste será medonho — disse um parlamentar da base aliada à reportagem do Correio do Brasil, em condição de anonimato.

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Temer estaria aborrecido com a decisão do ministro Fachin, de exigir respostas sobre escândalo da JBS

Diante do risco de ver o nome atrelado à quadrilha que, segundo o delator Joesley Batista - dono do Grupo J&F - é comandada por Michel Temer, até o PSDB já contabiliza o risco de parlamentares da legenda votar pela admissibilidade do processo. Ainda que detenha quatro ministérios na equipe de Temer, a maioria dos deputados do PSDB tende a votar contra Temer na (CCJ) Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

— Uma derrota, logo na largada, sinalizará que é tempo de rever a tese de que é preciso blindar o governo Temer para que as reformas trabalhista e previdenciária passem no Congresso. Isso é balela. As medidas serão aprovadas, com ou sem ele — acrescentou.

Em Plenário

A CCJ é a primeira instância de tramitação da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na segunda-feira. Foi lida no plenário da Câmara na noite anterior.

A revoada do PSDB em relação ao governo acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto. Líderes da base de Temer praticamente descartaram o apoio da legenda. Sondagem feita esta semana por articuladores políticos aliados ao governo colocou a maioria absoluta dos tucanos da CCJ no campo da oposição.

“Dirigentes tucanos relataram ao Planalto a projeção de que seis dos sete deputados do PSDB na CCJ votarão pela admissão da denúncia. Ressaltaram, entretanto, que alguns deles podem mudar de posição quando o tema for apreciado no Plenário. Três dos sete deputados tucanos que integram o colegiado votarão a favor da admissibilidade da denúncia. São eles Betinho Gomes (PE), Fábio Sousa e Wherles Rocha (AC)”, publicou um dos diários conservadores paulistanos, nesta sexta-feira.

— Muito ruim que o país esteja passando por isso de novo em um ano. Mas, infelizmente, a denúncia está muito bem embasada. Na CCJ, não há nem o que se discutir, porque é uma comissão técnica. E a denúncia atende os requisitos — disse Sousa aos jornalistas.

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