Rio de Janeiro, 27 de Dezembro de 2025

Temer e Meirelles recuam no aumento de impostos, mas ampliam rombo fiscal

O rombo fiscal do país crescerá para perto de R$ 160 bilhões, segundo os novos cálculos de Temer e Meirelles. Evitaram, porém, elevar os impostos.

Segunda, 14 de Agosto de 2017 às 11:52, por: CdB

As metas de déficit primário deste ano e de 2018 estão atualmente em R$ 139 bilhões e R$ 129 bilhões, respectivamente.

 

Por Redação - de Brasília

 

O governo do presidente de facto, Michel Temer, concluia os últimos retoques do discurso no qual divulga a meta retificada do déficit primário. O rombo fiscal agora é de 159 bilhões de reais para 2017 e 2018, adiantou um alto funcionário do Ministério da Fazenda à reportagem do Correio do Brasil.

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Ao lado de Henrique Meirelles, da Fazenda, o presidente de facto, Michel Temer, anunciará o aumento no rombo fiscal

Trata-se de quantidade idêntica àquela déficit realizado em 2016. Os números negativos, segundo a fonte, sinalizam que, no mínimo, a trajetória das contas públicas não vai piorar. As metas de déficit primário deste ano e de 2018 estão atualmente em R$ 139 bilhões e R$ 129 bilhões, respectivamente. Fixar um objetivo pior acabou sendo necessário diante das frustrações com receitas extraordinárias e fraca retomada da atividade econômica.

Reformas

Temer reuniu-se, na noite de domingo, com os integrantes da equipe econômica Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento), além de assessores da área política, para tratar do assunto. Um outro encontro estava previsto, para esta segunda-feira, antes do anúncio oficial.

A queda-de-braço foi intensa dentro do governo para tentar fechar as contas. Parte do Planalto seguia alinhada com o Ministério do Planejamento, no intuito de promover a mudança, em meio ao cenário político mais delicado. Temer precisou buscar apoio no Congresso Nacional para dar andamento às reformas, como a da Previdência.

Novas metas

Mas o Ministério da Fazenda ainda preferia esperar mais para manter a mensagem de maior austeridade. Até o final da semana passada, também já estava acertado que serão adiados os reajustes salariais concedidos a servidores. Passarão a valer somente a partir de janeiro de 2019. O governo também pretende mexer no salário inicial de algumas carreiras do Executivo, limitando-o a R$ 5 mil, muito aquém do valor inicial de várias carreiras, de R$ 16.935,40.

A decisão de não elevar impostos veio após o governo aumentar as alíquotas do PIS/Cofins sobre combustíveis, recentemente. A medida desagradou a população; mas deve gerar receitas da ordem de R$ 10 bilhões no atual exercício.

As novas metas fiscais que o governo anunciará deverão ficar acima das últimas estimativas do mercado de déficit primário. O previsto é de R$ 154,8 bilhões para 2017 e de R$ 130,5 bilhões para 2018, conforme relatório Prisma Fiscal.

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