Rio de Janeiro, 19 de Dezembro de 2025

Temer coloca seu aliado na direção da Polícia Federal

Segóvia era adido da Polícia Federal na África do Sul até poucos meses atrás. Ele estava sem cargo no momento. O delegado, tem um bom relacionamento pessoal com Leandro Daiello.

Quarta, 08 de Novembro de 2017 às 15:50, por: CdB

Segóvia era adido da Polícia Federal na África do Sul até poucos meses atrás. Ele estava sem cargo no momento. O delegado, tem um bom relacionamento pessoal com Leandro Daiello.

 
Por Redação - de Brasília

O presidente de facto, Michel Temer, oficializou nesta quarta-feira a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, pelo delegado Fernando Segóvia, ex-superintendente da PF no Maranhão. O Ministério da Justiça confirmou em nota a troca do diretor-geral.

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O delegado Fernando Segóvia assume a direção da Polícia Federal

“O Ministério da Justiça comunica que o senhor presidente da República escolheu nomear o delegado Fernando Segóvia como novo diretor-geral do Departamento de Polícia Federal”, diz o texto, em que o ministro da Justiça, Torquato Jardim, ainda agradece o trabalho de Daiello.

Mudança

Segóvia era adido da PF na África do Sul até poucos meses atrás. Ele estava sem cargo no momento. O delegado tem um bom relacionamento pessoal com Daiello; mas não era do grupo mais próximo ao atual diretor-geral. Ele dedicou os meses de sua volta ao Brasil para trabalhar pela indicação; inclusive com relações políticas.

Ex-superintendente no Maranhão, Segóvia desenvolveu um bom relacionamento com o grupo peemedebista do ex-presidente José Sarney. Uma fonte acompanhou a movimentação do delegado e notou que a troca de comando na PF estava sendo negociada desde o início do governo Temer; mas se intensificou quando Torquato assumiu o ministério. Já de início o ministro deu a entender que a mudança seria feita.

O nome preferido de Daiello — e também de Torquato — era do número 2 do atual diretor-geral, Rogério Galloro. Segóvia, no entanto, também era um dos nomes que corria nos corredores da PF.

Fiador

Há cerca de dois meses, o ministro chegou a anunciar que Daiello ficaria no cargo. No entanto, a pressão pela troca cresceu nas últimas semanas. De acordo com uma fonte, Daiello — que não está em Brasília — foi pego de surpresa pelo anúncio.

Mais longevo diretor-geral da PF, Daiello foi beneficiado pelo temor dos governos, tanto de Dilma quanto, inicialmente, de Temer, de parecer que estariam tentando interferir nas investigações tocadas pela corporação, especialmente a operação Lava Jato.

Daiello era visto externamente como um fiador da operação, apesar de, dentro da própria PF, não ser tratado desta maneira e ter sua liderança bastante questionada. Segóvia foi apresentado formalmente nesta quarta a Temer, acompanhado de Torquato. Logo após o rápido encontro, o Ministério da Justiça divulgou a nota oficializando a mudança.

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