Com tinta especial, tatuagens biossensoriais prometem revolucionar rotina de quem tem que monitorar glicemia diariamente. Cores dos desenhos permanentes no corpo também indicam alterações do nível de sódio e de pH
Por Redação, com DW - de Nova York:
Num futuro não muito distante, símbolos, desenhos, pode ser que palavras e frases não sejam mais tatuados no corpo apenas por vaidade estética. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e de Harvard desenvolvera uma tatuagem biossensorial. Feito com uma tinta especial, o desenho permanente promete atuar como uma espécie de aparelho portátil para portadores de diabetes, mudando de cor em tempo real para alertar sobre o nível de glicose no sangue.
A tinta hi-tech, batizada pelos cientistas de Dermal Abyss. Contém componentes químicos que avisam que algo está fora de equilíbrio toda vez que a tatuagem mudar de cor. Não apenas o nível de glicose. Mas também de sódio e pH. Em nota, o MIT explica que as "tatuagens inteligentes" são úteis para detectar diabetes, desidratação ou aumento do nível de pH no sangue.
No caso de pessoas com diabetes tipo 1 e 2, doença que pode surgir em qualquer idade, da infância à fase adulta. O dispositivo transforma a pele numa espécie de display interativo para alertar se a glicemia está muito alta ou baixa.
É verdade que a nova tecnologia ainda é invasiva, mas, uma vez tatuada. A pessoa não vai ter mais de passar pelo processo diário de picar a ponta dos dedos ou usar um equipamento para monitorar a glicose. E isso para o resto da vida.
Quando o nível de glicose no sangue aumenta, a tinta muda de azul para marrom. Indicando a necessidade de insulina. Um efeito similar acontece com o sensor do pH. Ao medir a alcalinidade do fluido intersticial. Solução presente entre as células do corpo, a tinta muda de roxo para rosa. Já o sensor de sódio, iluminado por luz negra, mostra o verde mais vibrante de acordo com a concentração do sal.
Facilidade de uso e estética
Até agora, a tinta só foi testada na pele de porcos, a qual é muito similar à do corpo humano. Os pesquisadores afirmam que o procedimento funciona. Mas salientam que ainda há muitas incógnitas para realizar o teste em animais vivos, como alergia, precisão e durabilidade.
– Ainda vai levar um bom tempo até que algo prático chegue ao mercado. Mas isso (a tecnologia) invoca a imaginação e abre novas possibilidades – disse o pesquisador do MIT, Xi Liu, citado pela emissora CBS News.
Apesar do apelo estético de uma tatuagem biossensorial, cientistas dizem que o principal objetivo do projeto é permitir que o monitoramento de dados das condições de saúde de uma pessoa se torne mais simples, seguro e preciso.
– As pessoas querem entender o que está acontecendo em seus corpos. Nós acreditamos que, no futuro, dispositivos implantados na pele não serão mais mistificados – disse o pesquisador em seu site. "Em vez disso, eles vão convergir para uma maior facilidade de uso, durabilidade e também para propósitos estéticos."