Segundo Troncha, a indicação aconteceu próximo ao ano de 2008, quando Serraglio era deputado federal, também pelo PMDB-PR
Por Redação - de Brasília
Ex-assessor do deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), Ronaldo Sousa Troncha afirmou, nessa quinta-feira, em depoimento à Polícia Federal (PF), que o atual ocupante do Ministério da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), participou da indicação de Daniel Gonçalves Filho. O apadrinhado politico assumiu a superintendência regional do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná. Filho. Agora, está preso por tempo indeterminado, suspeito de ser o líder do esquema de fraudes revelado pela Operação Carne Fraca.
Segundo Troncha, a indicação aconteceu próximo ao ano de 2008, quando Serraglio era deputado federal, também pelo PMDB-PR.
O depoente não soube precisar “exatamente a data, porém, recorda-se que próximo do ano de 2008, sete dos oito parlamentares (deputados federais) do Estado do Paraná, ligados ao PMDB, formalizaram a indicação de Daniel Gonçalves Filho para novamente assumir a superintendência regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Paraná", diz o termo de declarações.
Fiscais corruptos
A operação Carne Fraca foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de março deste ano. Ao todo, 21 fábricas (18 no Paraná, duas em Goiás e uma em Santa Catarina) do ramo alimentício do país, são investigadas por suspeita de comercializar carne estragada. Também, de mudar a data de vencimento, maquiar o aspecto e usar produtos químicos, supostamente cancerígenos.
Fiscais também recebiam propina para aprovar a venda da carne sem a devida fiscalização. O Brasil é o líder mundial em exportação de carne bovina e de frango, e o quarto exportador de carne suína. No ano de 2016, as vendas do setor representaram 7,2% do comércio global.
Troncha afirmou que ministro da Justiça fez parte de um grupo de sete dos então oito deputados federais do Paraná ligados ao PMDB que formalizaram a indicação de Daniel Gonçalves Filho para a superintendência.
Cadeia pública
Ao negar a indicação, Serraglio afirmou que o processo sobre Daniel Gonçalves Filho, do qual recebeu cópia, não tinha relação com fiscalização.
— Não indiquei Daniel Gonçalves, quem indicou Moacir Micheletto. Era um processo que tramitou e que ele deveria ter aplicado uma pena. Teria sido mais suave na aplicação da pena a um funcionário. Não tem haver com fiscalização — afirmou nesta sexta-feira, durante a inauguração de uma cadeia pública em Areia Branca (SE). Parlamentares de vários partidos querem que Serraglio responda a estas e outras questões em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara.
Serraglio apareceu em uma conversa gravada pela PF nas investigações da Carne Fraca. Conforme uma ligação grampeada, o peemedebista chama de "grande chefe" um dos líderes do suposto esquema - Daniel Gonçalves Filho. As informações serão repassadas à Procuradoria-Geral da República. Peemedebista negou irregularidades no esquema.