Rio de Janeiro, 27 de Dezembro de 2025

Se não for preso até lá e houver eleições, Temer quer ser candidato

O futuro do presidente de facto, Michel Temer, segue nebuloso. Mas ele quer manter o foro privilegiado, para tentar se livrar de processos.

Segunda, 14 de Agosto de 2017 às 10:20, por: CdB

O futuro do presidente de facto, Michel Temer, segue nebuloso. Mas ele quer manter o foro privilegiado, para tentar se livrar de processos.

 

Por Redação - de Brasília

 

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, tende a levar os últimos seis meses de governo até as eleições, em 2018, caso elas ocorram. Presidente de facto, Michel Temer tem sido aconselhado por aliados a concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Dessa forma, os processos que correm contra ele por corrupção, formação de quadrilha e obstrução de Justiça permaneceriam na Corte Suprema.

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Como um fantasma, Temer assombra, mas não governa mais

Temer precisará, ainda, se livrar de uma possível segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR). O pedido desembarcará no Plenário da Câmara nos próximos dias. A permanecer em liberdade, após a eventual aprovação dos deputados a que o processo seja julgado, no STF, Temer precisará renunciar ao cargo, em abril do ano que vem.

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE); primeiro e segundo nomes na linha sucessória da Presidência da República, já adiantaram que pretendem concorrer aos governos de seus Estados. Uma vez confirmadas as candidaturas, caberá a Cármen Lúcia concluir o período de governo, no Palácio do Planalto.

‘Fora Temer!"

A campanha eleitoral para retornar à Câmara, no entanto, será espinhosa. Com uma rejeição próxima da unanimidade, Temer precisará desembolsar um volume de recursos extraordinário para amealhar os votos suficientes. Movimentos sociais, mobilizações pela internet e o repúdio dos artistas são apenas alguns dos obstáculos que o peemedebista precisará superar.

Na noite passada, por exemplo, o protesto partiu do icônico cantor e compositor Caetano Veloso. Ele deu o tom do repúdio contra o ocupante do cargo para o qual não foi eleito.

“Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos", cantava Caetano, para um Memorial da América Latina lotado. Bastou que ele emendasse um "fora Temer" para o público se levantar e puxar o slogan de protesto.

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