"Bolhas" gigantescas com água que se expandem e contraem rapidamente foram mapeadas logo abaixo da camada de gelo da Antártida. Alimentadas por uma complexa rede de rios, as reservas subglaciais forçam a camada superior de gelo a se elevar e a cair.Rastreando estas mudanças com o satélite Ice Cloud and Land Elevation (ICESat, na sigla em inglês), cientistas da Nasa foram capazes de mapear a extensão da rede subglacial.
Os resultados, publicados na revista Science, mostram que algumas áreas sofreram uma queda de até nove metros em apenas dois anos.
- Não percebemos que a água embaixo destes riachos de gelo stava se movendo em uma quantidade tão grande e em um espaço de tempo tão curto -, disse Helen Fricker, do Instituto de Oceanografia Scripps, da Universidade da Califórnia, uma das autoras da pesquisa que encontrou as bolhas.
- Pensamos que estas mudanças ocorriam durante anos e décadas, mas estamos observando mudanças em meses -, acrescentou a pesquisadora.
Os resultados são importantes para a compreensão de como a camada de gelo da Antártida, que contém cerca de 90% do gelo do mundo, pode responder ao aquecimento global e quanto poderá contribuir para a elevação do nível dos mares.
As descobertas foram apresentadas na reunião anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência, em São Francisco.
Clima
Cerca de 150 lagos subglaciais foram mapeados abaixo da vasta camada de gelo da Antártida, a maioria deles por glaciologistas que fizeram furos no gelo.
Os novos lagos, detectados por satélite, foram encontrados abaixo dos riachos de gelo Whillans e Mercer, que levam gelo do interior da Camada de Gelo Ocidental Antártica para a Plataforma Flutuante de Gelo Ross.
Estes riachos de gelo movem muitos metros a cada dia e chamam a atenção de cientistas do clima.
- É o gelo que se move rapidamente que determina como a camada de gelo responde à mudança do clima em um curto prazo -, disse Robert Bindschadler, do Centro Espacial
Goddard, da Nasa, em Maryland, e um dos pesquisadores que participaram do estudo.
A temperatura da atmosfera aumenta, derrete as plataformas de gelo e diminui sua capacidade de segurar estes rios de gelo.
A compreensão do quanto de água flui embaixo do gelo é crucial, pois é um dos fatores que determina a rapidez com que estes rios correm. Mais água pode aumentar a velocidade com que o gelo vai para o mar, aumentando o nível dos oceanos.
Satélite
Usando informações sobre a elevação do gelo, obtidas com o ICESat da Nasa, conferidas com informações de outros satélites da Nasa, a equipe foi capaz de mapear a subida e queda o gelo.
Lançado em 2003, o ICESat pode detectar mudanças na elevação tão pequenas quanto 1,5 centímetro a partir de sua órbita a 645 quilômetros da Terra.
O estudo revelou uma complexa rede de lagos e rios, o maior deles abaixo do riacho de gelo Whillans e cobrindo uma área de 500 quilômetros quadrados.
O estudo também mostrou que a água estava constantemente se movendo entre reservatórios diferentes. Mas parte da água escapou para o oceano ou foi congelada novamente na base da geleira.
Observações como estas só são possíveis com a nova técnica de satélite.
- Até agora, tivemos apenas poucos relances sobre o que estava acontecendo. Esta é a mais completa imagem até agora a respeito do que está ocorrendo abaixo do gelo que flui mais rápido -, disse Bindschadler.
Satélite da Nasa descobre 'bolhas' de água sob a Antártida
"Bolhas" gigantescas com água que se expandem e contraem rapidamente foram mapeadas logo abaixo da camada de gelo da Antártida. Alimentadas por uma complexa rede de rios, as reservas subglaciais forçam a camada superior de gelo a se elevar e a cair.Rastreando estas mudanças com o satélite Ice Cloud and Land Elevation (ICESat, na sigla em inglês), cientistas da Nasa foram capazes de mapear a extensão da rede subglacial.
Sexta, 16 de Fevereiro de 2007 às 14:40, por: CdB