Rio de Janeiro, 29 de Dezembro de 2025

Rio: Cabral e Adriana Ancelmo prestam depoimento à Justiça

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi interrogado na manhã desta segunda-feira na sede da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro

Segunda, 10 de Julho de 2017 às 12:28, por: CdB

O ex-governador está preso desde novembro do ano passado, acusado de chefiar um esquema de corrupção que teria movimentado centenas de milhões de reais

Por Redação, com agências de notícias - do Rio de Janeiro:

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi interrogado na manhã desta segunda-feira na sede da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, na região central da capital.

O ex-governador está preso desde novembro do ano passado, acusado de chefiar um esquema de corrupção que teria movimentado centenas de milhões de reais.

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O ex-governador do Rio Sérgio Cabral

Em maio, Cabral foi transferido do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, para um presídio reformado em Benfica, na Zona Norte, onde ficava o antigo BEP (Batalhão Especial Prisional). Atualmente abriga detentos com diploma de nível superior ou acusados de não pagamento de pensão.

Adriana Ancelmo, também prestou depoimento nesta segunda. A Justiça prevê que o casal volte a ser interrogado ao longo desta semana.

Assessor

O agente fazendário Ary Ferreira da Costa Filho, que foi assessor de Cabral, relatou nesta segunda-feira, em depoimento à Justiça que recebeu entre R$ 9 e R$ 10 milhões de sobras de campanha eleitoral do PMDB.

— O Cabral pegava um dinheiro e mandava para mim, isso aqui é para você. Ele me dava. Em épocas de campanha tinha muitas sobras de campanha. Tinham empresários que ajudavam eles. Eu ficava afastado dessa parte (da arrecadação). Sinceramente eu não sabia a origem — afirma Costa Filho, em interrogatório.

A recompensa vinha pelos serviços prestados na coordenação e campanhas eleitorais de Cabral e de outros candidatos do PMDB, como Eduardo Paes, desde os anos 90, segundo ele.

Costa Filho contou ainda que esteve na sede do supermercado Prezunic e da cervejaria Itaipava para acompanhar o recolhimento de pagamentos de caixa dois em espécie. Que somavam mais de R$ 5 milhões de cada uma das empresas.

Dinheiro

O acusado alegou que não recebeu o dinheiro. Apenas apresentou Carlos Miranda, apontado como o 'homem da mala' do peemedebista, que seria o responsável pela arrecadação para a campanha.

O juiz Marcelo Bretas, perguntou se ele e Cabral conversavam na prisão sobre os desdobramentos do processo, Costa Filho respondeu que não.

— O pessoal costuma dizer que é Lei de Murici, cada um cuida de si. Passo a maior parte do tempo deitado, porque tenho problema de saúde, tenho que ficar deitado — declarou.

Costa Filho está preso desde fevereiro, apontado como um dos principais operadores financeiros do esquema de lavagem de dinheiro que seria liderado pelo ex-governador. Ele também é acusado de lavar dinheiro para o ex-governador Cabral, de quem é amigo há mais de 20 anos.

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