Outros três agentes da polícia legislativa, também presos por agentes federais, já haviam sido soltos ao longo do dia. A batida policial gerou uma crise institucional entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
Por Redação - de Brasília
Diretor da Polícia Legislativa do Senado, o delegado Pedro Araújo foi solto nas primeiras horas desta quarta-feira. Araújo foi preso pela Polícia Federal (PF), na última sexta-feira, durante a Operação Métis. O mandado de prisão o apontava como suspeito de tentativa de obstrução à Justiça, no âmbito da Operação Lava Jato.
Outros três agentes da polícia legislativa, também presos por agentes federais, já haviam sido soltos ao longo do dia. A batida policial gerou uma crise institucional entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Fontes próximas do Palácio do Planalto disseram à reportagem do Correio do Brasil que o presidente do Congresso, Renan Calheiros, chegou a pedir a demissão do ocupante do Ministério da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB-SP), ao presidente de facto, Michel Temer.
'Chefete de polícia'
Araújo cumpriu a prisão temporária, de cinco dias. Sem o pedido de prorrogação ou a conversão em prisão preventiva, foi solto no prazo legal. Diante do escrivão da PF, Araújo alegou que a varredura por escutas ambientais foram autorizadas mediante "ordens superiores". Não revelou, porém, quem foram os “superiores” que emitiram a ordem cumprida em endereços de senadores e ex-senadores.
Após a batida policial nas dependências do Senado na última sexta-feira, Renan chamou Moraes, de "chefete de polícia". Renan também chamou o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a operação, de "juizeco".
Diante das declarações, a presidente do STF, Cármen Lúcoa, reagiu e afirmou que "onde um juiz for destratado, eu também sou". Cármen Lúcia também afirmou que o Judiciário exige respeito dos demais Poderes constituídos. A ministra também recusou-se a comparecer à reunião proposta por Michel Temer. Cármen Lúcia, percebeu a natureza da reunião convocada por Michel e decidiu declinar do convite.
A reunião deveria ter ocorrido às 11h desta quarta-feira. Além de Cármen Lúcia, foram convidados o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O objetivo era que todos discutissem os limites institucionais dos seus respectivos poderes.